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O juiz Sergio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal do Paraná, estendeu até segunda-feira (27) o prazo dado à Odebrecht para que os advogados da construtora expliquem as anotações encontradas no celular de Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira, preso na Carceragem da Polícia Federal de Curitiba desde o último dia 19 de junho. No smartphone apreendido no dia de sua prisão, foram encontrados textos considerados “perturbadores” pelo juiz. Entre outras coisas, há anotações como “trabalhar para parar/anular”, que o juiz suspeita tratar-se das investigações da Polícia Federal.

O juiz havia dado prazo para a Odebrecht explicar as mensagens até esta quinta-feira (23), mas a advogada da empresa, Dora Cavalcanti, pediu mais prazo. Ela alegou que só poderia responder o que as mensagens queriam dizer depois que ela falasse com o próprio Marcelo Odebrecht, o que aconteceria nesta quinta-feira, na sede da PF. Hoje, quando vencia o prazo dado inicialmente pelo juiz, Sérgio Moro resolveu esperar as explicações até segunda-feira.

Entre outras coisas, as mensagens de Marcelo dizem “higienizar apetrechos MF e RA”. De acordo com análise de Moro, MF seria Márcio Faria, diretor da empresa, e RA seria Rogério Araujo, outro diretor da empreiteira, enquanto que “higienizar” poderia ser “limpar” provas deixadas pelos dois principais dirigentes da Odebrecht, de acordo com o juiz.

Moro considera as anotações como “graves” e diz que apesar do sigilo profissional ser um direito, ele pretende “oportunizar” as defesas para que esclareçam o que Marcelo quis dizer com seus comentários.

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