O juiz federal Sergio Moro intimou a Polícia Federal para que ouça o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula preso na terça-feira (24) , alvo central da Operação Passe Livre (21.ª fase da Lava Jato), “diante do desejo manifestado pelo investigado de que seja ele inquirido sobre o objeto da investigação”.
Bumlai é suspeito em uma operação de financiamento do PT, em 2004, pelo Banco Schahin, por meio de um empréstimo nunca quitado no valor de R$ 12 milhões. Como compensação, o Grupo Schahin – novo alvo da Lava Jato – teve um contrato ligado ao navio-sonda Vitória 10.000 pelo valor de R$ 1,3 bilhão dirigido para ele, mediante pagamento de propinas.
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Leia a matéria completa“Intime-se, com urgência, a autoridade policial desta decisão e para que promova a inquirição dele, acompanhado de seu advogado, nos próximos dias, preferivelmente no dia 27 ou no dia 30 de novembro, sem prejuízo de nova oitiva na fase de investigação caso repute necessária em vista do exame do material apreendido”, despachou Moro.
O criminalista Arnaldo Malheiros, que defende Bumlai, requereu ao juiz da Lava Jato a realização de audiência de custódia, em que o juízo ouve o preso sobre aquilo que ele é investigado. “Verifico que, pelo teor da petição da defesa, pretenderia o investigado esclarecer os fatos sob investigação (“garantir o direito de contradizer as graves acusações que lhe foram dirigidas”).”
Segundo o juiz, “em qualquer caso, na fase investigatória, a tarefa de colher o depoimento do investigado é da autoridade policial”. “Não seria apropriado a este Juízo, que não é autoridade de investigação, ouvi-lo diretamente sobre os fatos em investigação, já que haveria certa deturpação das funções do Juízo na fase de investigação.”
Por isso, Moro determinou que a PF faça a oitiva de Bumlai até segunda-feira. “Penso que é mais apropriado que o investigado, querendo falar sobre o objeto da investigação, seja inquirido pela autoridade policial diretamente e não por este julgador, pelo menos isso enquanto se trata da fase ainda de investigação”, conclui Moro.
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