O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná, indefiriu o acesso do ex-ministro José Dirceu ao conteúdo do acordo de delação premiada feito entre o Ministério Público Federal (MPF) e o lobista Milton Pascowitch. Em depoimento ao MPF, Pascowitch disse que o dinheiro que pagou a Dirceu era propina e não a título de consultorias, como dissera o ex-ministro.
Moro considerou que Dirceu não deve ter acesso ao que Pascowitch falou porque o que ele disse ainda permanece em sigilo, que é “indispensável para a eficácia das diligências investigativas em curso”. Para o juiz, “apesar da divulgação pela imprensa da existência do acordo, seu conteúdo permanece resguardado”.
O juiz diz que Dirceu só deverá ter acesso ao teor do que Pascowitch disse depois que o MPF formular a denúncia, para que o ex-ministro tenha direito ao “contraditório”.
Segundo dados em poder da Justiça do Paraná, José Dirceu declarou que recebeu R$ 1,4 milhão da empresa Jamp, de Pascowitch, a título de consultoria para a empreiteira Engevix. Recentemente, o advogado de Dirceu, Roberto Podval, encaminhou petição ao juiz Moro informando que Pascowitch pagou, também, R$ 400 mil pela entrada no imóvel adquirido pelo ex-ministro para instalar sua empresa, a JD Consultoria, na avenida República do Líbano.
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