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O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos envolvendo a Operação Lava Jato, negou liberdade ao vice-presidente executivo da construtora Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, e fez menção no despacho a um outro escândalo envolvendo a empresa, em 2007.

Naquele ano, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) deixou a presidência do Senado devido à suspeita de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira. Renan também está agora na lista de políticos que tiveram investigação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal na semana passada.

Em decisão assinada na segunda-feira (9), em que negou a liberdade ao executivo Sérgio Mendes, Moro insinua que o caso de oito anos atrás não serviu para a empresa ter uma lição. Ele não menciona Renan nominalmente e apenas fala em um “possível pagamento indireto” de propina a um parlamentar em 2007.

“A ampla repercussão do episódio na época deveria ter servido à empreiteira como espécie de ‘momento de clareza’ para que fatos da espécie não se repetissem”, disse no despacho.

Ele afirmou ainda que “a falta de mudanças de rumo” da companhia desde então mostra a necessidade da manutenção da prisão.

A defesa de Mendes argumentou que ele já está afastado da diretoria da empresa e que a Petrobras suspendeu novos negócios com a construtora. O executivo está preso desde novembro e é acusado de corrupção, lavagem e formação de organização criminosa devido aos desvios em obras da Petrobras.

No mesmo despacho, Moro ironiza as críticas de que o Ministério Público Federal e a PF estão prejudicando a Petrobras. Diz que responsabilizar os investigadores é como “culpar o policial que descobre o cadáver” e que a empresa irá se reerguer com mais “economia e eficiência” com a repressão do esquema criminoso.

No Supremo

Moro também mencionou a divulgação na semana passada das delações premiadas pelo Supremo e disse que, se os depoimentos forem comprovados na investigação, o caso tomará uma dimensão ainda maior devido ao envolvimento de “dezenas de parlamentares”.

“Já há registros documentais, como os depósitos bancários apreendidos no escritório de [o doleiro] Alberto Youssef em favor de um senador”, escreveu.

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