Não é a primeira vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) dissocia investigações da Lava Jato que não têm relação com a Petrobras. Na terça-feira passada (8), o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, determinou a redistribuição dos pedidos de investigação do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
Com a redistribuição, o ministro Celso de Mello passou a ser o responsável pelos casos. Mello deve avaliar até esta terça-feira (15) se abre ou não inquérito sobre as suspeitas de prática de caixa 2 nas campanhas eleitorais dos dois. Os casos foram apartados dos conduzidos pelo relator da Lava Jato porque a Procuradoria-Geral da República e Zavascki entenderam que ambos os políticos não teriam interferência em negócios da Petrobras.
O entendimento do STF não foi o mesmo, porém, na investigação que envolve o ex-tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff (PT) e atual ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, que permanece sob a condução de Zavascki. Ele, Mercadante e Aloysio Nunes foram citados na delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, que disse ter doado em 2010 R$ 500 mil a Mercadante e R$ 300 mil de forma oficial e R$ 200 mil via caixa 2 a Nunes.
Se o entendimento do STF sobre as investigações sem ligação com a Petrobras for mantido, outros alvos da Lava Jato no Supremo e sob responsabilidade do juiz Sergio Moro, na 1ª instância, podem ter de mudar de mãos. É o caso do ex-deputado André Vargas (ex-PT), investigado por possíveis interferências em contratos com a Caixa Econômica e o Ministério da Saúde. Também poderia entrar na lista o processo da construção da usina de Angra 3 pela Eletronuclear. Três políticos do PMDB foram citados neste esquema: o presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador Romero Jucá e o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão.
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