Jayme Canet Júnior, ex-governador do Paraná, morreu nesta quarta-feira (31), aos 91 anos. Canet foi o 44º governador do estado e esteve no comando do Palácio Iguaçu entre 1975 e 1979. O corpo será velado a partir das 8h desta quinta-feira (1º) no Palácio Iguaçu, no Centro Cívico. O enterro está marcado para 17h, no Cemitério Municipal.
A família pede, atendendo a um desejo expresso por Canet, que não sejam enviadas flores ao velório. Ele preferia que fossem feitas doações ao Instituto TMO, de transplante de medula óssea. O governo do Paraná decretou luto oficial de três dias. Em nota, o governador Beto Richa declarou que a gestão de Canet foi uma das mais realizadoras na história do estado. “Íntegro, dinâmico e austero, Jayme Canet contribuiu para o nosso processo de transição de um Estado essencialmente agrícola para uma economia industrial”, diz a nota.
A prefeitura de Curitiba também decretou luto oficial de três dias. Em nota, o prefeito Gustavo Fruet afirmou que Canet Junior deixa um legado de honradez e realizações para o Paraná. “A passagem de Jayme Canet Junior pelo governo do Estado está registrada na história como um período de busca de eficiência na gestão pública, rigor na aplicação dos recursos e grande investimento em infraestrutura, além de uma notável ampliação da estrutura da educação, área que ele sempre prezou muito”, disse Fruet.
Durante o jogo do Coritiba contra o Vitória, na tarde desta quarta-feira (31) no Couto Pereira pela Copa Sul-americana, foi respeitado um minuto de silêncio em homenagem a Canet. Ele foi presidente do conselho deliberativo do clube na década de 70.
Celso Nascimento: “Canet, um exemplo”
Histórico
Canet era paulista de Ourinhos, filho de Jayme Canet e Anita Lopes Canet. O pai, comerciante de café, veio para a promissora região do Norte do Paraná na década de 30. Ele fez seus estudos em Curitiba no grupo escolar 19 de Dezembro e no Ginásio Paranaense. Ainda na década de 40, ingressou na Escola de Engenharia, mas não concluiu a carreira universitária. Optou por seguir na gerência dos muito bem sucedidos negócios da família no comércio e na agricultura, principalmente no ramo da cafeicultura.
A aproximação com a política deu-se durante a eleição para o governo de Estado de 1960. Liderança econômica na região de Londrina, coordenou a campanha do candidato azarão Ney Braga em oposição ao candidato Souza Naves, que morreu durante a campanha e foi substituído por Nelson Maculan.
Durante este período ocupou importantes cargos na administração pública: como presidente da empresa Café do Paraná e do Banco do Estado do Paraná. Durante o regime militar, após a renúncia do governador Haroldo Leon Perez em 71 e a morte do vice Pedro Parigot em 73 (e de uma rápida passagem do deputado João Mansur pelo cargo) foi nomeado vice-governador do Estado na chapa de Emilio Gomes, então o quarto nome a ocupar o Palácio Iguaçu no governo Médici. No ano seguinte Jaime Canet Júnior foi escolhido governador do Paraná pelo presidente Geisel, decisão homologada pela Assembleia Legislativa.