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Morreu na manhã desta terça-feira (29) o feto que era mantido vivo no útero da mãe, atingida por uma bala na cabeça no sábado (26). A informação foi divulgada em boletim médico do Hospital Mário Covas, onde os médicos mantinham o corpo da mãe ligado a aparelhos para tentar salvar o bebê.

Diz a nota: "O Hospital Estadual Mário Covas informa que às 9h30 desta terça-feira, 29 de maio, não foram identificados batimentos cardíacos no bebê da gestante Flávia Silveira da Silva (atingida na cabeça por projétil no último sábado), o que indica o falecimento dele".

"A falta de batimentos cardíacos foi verificada por intermédio de exame de ultrassom. Além disso, a equipe médica responsável pelo caso identificou descolamento da placenta e do cordão umbilical de Flávia. De acordo com a equipe, as condições hostis do útero da paciente ocasionaram o falecimento (aborto natural) do bebê. Flávia agora passará por teste de apnéia, para concluir seu quadro clínico", conclui a nota do hospital.

O teste de apnéia é a retirada do oxigênio fornecido artificialmente pelas máquinas e observação da reação do paciente. Serve para comprovar a morte encefálica. O teste ainda não havia sido realizado em Flávia porque arriscaria a vida do bebê - justamente pela falta de oxigenação.

A equipe tentava manter o feto vivo no útero da mãe por mais sete semanas, quando teria alguma chance de sobreviver em uma encubadora. Ao G1, especialistas afirmaram que a possibilidade de sobrevivência era pequena.

O risco de ocorrer um aborto espontâneo foi apontado pela equipe médica de Flávia: "Quando as condições ficam hostis para a mãe, a tendência é que ela elimine este feto", afirmou o médico Vanderley de Silva Paula, em entrevista coletiva concedida na noite de segunda-feira (28).

O bebê já tinha nome: se chamaria Guilherme. Ele tinha 17 semanas e quatro dias, pesava 190 gramas, e possuía pulmões em desenvolvimento - por isso ainda não tinha chances de ele viver fora do útero de Flávia.

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