O deputado federal Ricardo Ferreira Fiuza (PP-PE) morreu na tarde desta segunda-feira, no apartamento onde morava, em Boa Viagem, Pernambuco, depois de passar mais de um ano lutando contra um câncer no pâncreas. Fiuza estava em seu oitavo mandato e seu corpo está sendo velado na Assembléia Legislativa de Pernambuco, onde iniciou a sua vida política. Ele será sepultado nesta terça-feira, às 11h, no cemitério Morada da Paz, no município de Paulista, vizinho ao Recife. O velório acontecerá na Assembléia Legislativa de Pernambuco a partir das 17h desta segunda. O local do enterro ainda não foi divulgado pela família. Em seu lugar, tomará posse o suplente Salatiel Carvalho (PMDB-PE).
Com a morte, não há haverá votações na Câmara nesta terça-feira. No entanto, a sessão do plenário será aberta, desde que haja quórum, para contagem do prazo para tramitação do processo do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), marcado para votação no plenário em sessão extraordinária na noite de quarta-feira. Nesta segunda-feira, não houve quórum para abertura da sessão. Se não houver sessão na terça, o julgamento de Queiroz não poderá ser realizado na quarta.
Fiuza tinha 66 anos, e deixa mulher e quatro filhos. O deputado, que estava licenciado da Câmara dos Deputados há mais de seis meses, foi um dos articuladores do chamado Centrão, integrou a tropa de choque do ex-presidente Fernando Collor, no governo do qual chegou a ocupar duas pastas: a da Ação Social e da Casa Civil. Pecuarista, não era defensor da reforma agrária e era um político polêmico.Foi filiado à Arena, ao PDS, ao PFL, ao PPB e finalmente ao PP, onde ingressou em 2003.
Cearense de nascimento e formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fiúza representou Pernambuco na Câmara dos Deputados por sete mandados completos. Ele estava no oitavo mandato federal.
Ricardo Ferreira Fiúza nasceu no dia 6 de setembro de 1939, em Fortaleza (CE), mas foi no Recife que construiu sua carreira política. Começou a vida pública em 1971, em pleno regime militar, atuando como deputado federal pela Arena.
Durante os 34 anos de vida pública, Fiúza só ficou afastado da Câmara Federal por duas ocasiões. A primeira quando se licenciou do mandato para exercer, no governo Collor, os cargos de Ministro de Estado da Ação Social, de 20 de janeiro a 28 de setembro de 1992, e de Ministro da Casa Civil, também em 1992. Na segunda, quando decidiu não disputar as eleições de 1994. Passou então quatro anos exercendo a função de advogado. Mas em 1999 voltou ao Congresso mais uma fez como deputado federal.
Ricardo Fiúza foi também professor de Direito Comercial, fazendeiro e autor de livros como "Problemas da Região Nordestina" (1975) e "Capítulo da Ordem Econômica e Financeira" (1983).