O governador de Sergipe, Marcelo Déda, 53 anos, morreu na madrugada de ontem. Desde o ano passado, ele lutava contra um câncer no sistema gastrointestinal e estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Como governador, Déda se tornou um dos nomes mais influentes na política do PT nacional. Sempre costumava ser chamado pelo ex-presidente Lula para conversas e festas. Manteve também um bom relacionamento com a presidente Dilma Rousseff, indo a Brasília com frequência. Em 25 de outubro, Dilma o visitou no hospital.
Advogado de formação, Déda teve sua ascensão política na década de 90, quando enfrentou caciques da política local, como Jackson Barreto que, nas últimas eleições, em 2010, tornou-se seu vice e hoje é o governador em exercício do estado. Mas foi como deputado federal que conseguiu expressão nacional.
Com uma personalidade mais conciliadora no trato político, diferente da de outros parlamentares do PT na época, Déda logo conquistou espaço e passou a ser consultado para temas do Legislativo. Foi eleito líder do PT na Câmara para o biênio 1998-1999 e consolidou seu espaço em nível nacional.
Como líder do PT, protagonizou uma das cenas mais inusitadas da política da época. Aceitou participar de encontro com o então presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio da Alvorada e, diferentemente dos demais parlamentares, chegou num simples Corsa branco.
Em 2000, Déda disputou a prefeitura de Aracaju (SE) e foi eleito. Em 2004, foi reeleito, com mais de 71% dos votos. Em 2006, Déda se desincompatibilizou da prefeitura e disputou o governo do estado. Com uma das principais vitórias do PT nas eleições estaduais, ele foi eleito e desbancou João Alves Filho, tradicional político da cena sergipana. Quatro anos depois, foi reeleito governador, novamente batendo o grupo de Alves Filho.
Saúde
Os problemas de saúde começaram em 2009, quando retirou um nódulo benigno no pâncreas. Três anos depois, foi diagnosticado um câncer no sistema gastrointestinal. Déda perdeu peso desde o início da doença, mas sempre resistiu a deixar o governo de Sergipe. Segundo auxiliares, quis continuar trabalhando, até onde a saúde permitiu. Só há pouco tempo aceitou permanecer no Hospital Sírio-Libanês.
Déda foi casado duas vezes e deixa a mulher, Eliane Aquino, e cinco filhos, três do primeiro casamento e dois do segundo.
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