• Carregando...
Luiz Carlos Alborghetti: nome de rua para ele. | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Luiz Carlos Alborghetti: nome de rua para ele.| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Com o bordão "Cadeia nele, já!", o radialista, apresentador de televisão e ex-deputado estadual Luiz Carlos Alborghetti, de 64 anos, ficou conhecido nacionalmente como um comunicador polêmico. Ontem, depois de dez meses de tratamento contra um câncer de pulmão, Alborghetti morreu, em sua casa no bairro Água Verde, em Curitiba. O ex-deputado deixou três filhos, quatro netos e a mulher, Maria Auxiliadora Alborghetti.

O velório começou ontem à noite, no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná. O corpo do Cadeia, como ele era popularmente conhecido, deverá ser cremado hoje no Cemitério Vaticano, em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba.

Trajetória

Nascido em Andradina, interior de São Paulo, Alborghetti trabalhou 30 anos em programas de rádio, tevê e, ultimamente, na internet. Iniciou sua carreira em 1976, em uma rádio de Londrina com um programa policial de nome Cadeia – que falava sobre os crimes da cidade e que, anos mais tarde, se tornaria conhecido nacionalmente.

Em 1982, estreou o programa Cadeia na tevê, que foi ao ar até 2002.

A partir de 2003, o radialista policial atuou em rádios pela internet e sites. "Mas ele sempre quis voltar para a televisão", diz o amigo Beto Felipe, ex-diretor do programa. Até iniciar o tratamento da doença, em março deste ano, ele apresentava um programa na Rádio Colombo. Nas páginas do site Youtube são vistos diversos depoimentos pedindo notícias do apresentador e o seu retorno para a mídia.

Personalidade controversa

Beto Felipe lembra que o ex-deputado sempre foi uma pessoa controversa. Era defensor, por exemplo, da pena de morte e a favor da revisão urgente do Código Penal.

Outra de suas características era a informalidade, apresentando o programa Cadeia com os óculos na ponta do nariz, uma toalha no ombro e um cassetete de madeira na mão, usado para extravasar a raiva quando a notícia o irritava. Não se importava em falar palavrões ao vivo.

Para Felipe, esse estilo acabou servindo de exemplo para outros programas do gênero em outros estados do país. O amigo lembra-se ainda que o apresentador vivia dizendo para quem quisesse ouvir: "Não tenho rabo preso com vagabundo nenhum nesse estado e nesse país". Por isso, diz Felipe, não tinha receio de fazer denúncias.

A popularidade no rádio e na televisão o levou à política. Foi vereador em Londrina e, depois, elegeu-se para quatro mandatos na Assembleia do Paraná, pelo PTB e PFL (atual DEM).

Marcou seus mandatos pelo assistencialismo a pessoas carentes. Grandes filas se formassem em frente ao seu gabinete na Assem­­bleia, com pessoas pedindo desde óculos a remédios.

Ratinho

O apresentador de televisão e empresário Carlos Massa, o "Ratinho", disse ontem que a morte de Alborghetti é uma perda significativa. Ratinho, que foi lançado como repórter do programa Cadeia, destacou a assistência social, através dos programas de rádio e tevê, como algo pelo qual Alborghetti deve ser lembrado, bem como pelo seu estilo na programação televisiva. "Foi o maior repórter policial da história e um ícone da comunicação do Paraná."

Nelson Justus

Em nota oficial, o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), informou que "é com o sentimento de perda que expresso, de público, o meu pesar pelo falecimento do ex-deputado estadual Luiz Carlos Alborghetti, ocorrido neste 9 de dezembro". O prefeito de Londrina, o também radialista Barbosa Neto (PDT), decretou luto oficial de três dias na cidade.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]