O desempregado Luiz Eduardo Cirino foi condenado nesta quinta-feira (31) pela juíza titular da 30ª Vara Criminal Central de São Paulo a 41 anos e 8 meses de prisão por latrocínio - roubo seguido de morte. Ele matou o casal de idosos Sebastião Esteves Tavares, de 71 anos, e Hilda Gonçalves Tavares, de 68 anos, em novembro do ano passado, em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo.
Os dois foram encontrados mortos a facadas em uma casa na Rua Cayowaá. Um dos filhos do casal, Rogério Gonçalves Tavares, de 42 anos, também sofreu ferimentos de faca na nuca. A juíza Isaura Cristina Barreira decidiu que Cirino deve cumprir a pena em regime integralmente fechado.
Cirino era vizinho do casal assassinado e confessou o crime dois dias após o crime. Antes de se entregar, ele teria conversado com um padre da paróquia. Ele vivia em uma casa construída nos fundos de um terreno na Rua Havaí, perpendicular à Cayowaá. À polícia, Cirino afirmou que não teve a intenção de matar o casal, mas que cometeu o crime para que as vítimas parassem de reagir.
O advogado Yvan Gomes Miguel, responsável pela defesa do desempregado, afirmou na época que seu cliente pretendia apenas furtar dinheiro e objetos de valor. Cirino precisava de dinheiro para pagar o IPTU da residência onde morava, segundo o advogado.
O crime
Cirino entrou por volta das 3h do dia 17 de novembro na residência das vítimas e ficou escondido no quintal. Por volta de 6h, quando Hilda abriu a porta da casa, Cirino se aproximou e colocou a mão na boca dela. Nesse momento, a idosa gritou, e acabou esfaqueada. Sebastião ouviu o grito, foi ao socorro dela e quase entrou em luta corporal com Cirino. O rapaz então teria dito ao idoso para ele ficar deitado no chão que nada iria acontecer com ele. Sebastião obedeceu.
Cirino então percebeu que havia mais pessoas na casa e foi até o quarto de Isaura da Purificação, de 93 anos, mãe de Hilda. Novamente Cirino teria dito para ela ficar quieta que não iria acontecer nada.
O funcionário público Rogério Gonçalves Tavares, de 42 anos, filho do casal, estava tomando banho. Cirino arrombou a porta do banheiro e, quando percebeu que Rogério iria reagir, deu uma facada no pescoço dele. Ao ouvir o ataque, Sebastião correu para o portão, que estava trancado. Ele então começou a gritar por socorro em direção à rua.
Nesse momento Cirino foi até lá e tentou tirá-lo do portão, mas como Sebastião não se soltava, também foi esfaqueado e colocado dentro da casa.
Após matar o casal e ferir Rogério, Cirino fugiu da residência pulando o muro, ao ouvir a chegada do carro da Polícia Militar. Cirino usou uma máscara preta de plástico durante o crime. O vizinho do casal entregou à polícia a roupa usada no dia do crime calça, camiseta e um par de tênis preto -, além da máscara e da faca.
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