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O Mosteiro de São Bento, uma antiga construção no centro velho da capital, vai hospedar o papa Bento 16 em São Paulo. O pontífice ficará cinco dias e três noites na cidade, em maio. Depois, ele vai para Aparecida, no interior, participar da abertura da 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, que reunirá 270 bispos no Santuário Nacional.

Será a primeira visita do alemão Joseph Ratzinger a um país fora do continente europeu desde que assumiu o pontificado, dois anos atrás. O papa vai chegar na capital no dia 9 de maio, uma quarta-feira. Ele vai de helicóptero do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, para o Campo de Marte, na zona norte, e depois de carro, um papamóvel blindado, até o Mosteiro de São Bento.

A estadia no mosteiro foi acertada por Dom Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo que deixou no ano passado a arquidiocese para ser prefeito da Congregação para o Clero. Funcionários do Vaticano estiveram em dezembro em São Paulo e aprovaram o mosteiro, que passará por algumas reformas. Ratzinger e sua comitiva, de 13 pessoas, ocupará o primeiro andar do prédio, segundo Dom João Evangelista Kovas, prior do mosteiro.

- As reformas já começaram. Não são reformas estruturais, mas o prédio é antigo e precisa de manutenção. O papa ficará no primeiro andar, junto com a comitiva. Temos celas (quartos) para todos. Bento 16 terá três cômodos só para ele: um quarto com banheiro, um escritório particular e uma sala de visitas. E encontrará no mosteiro, que têm as mesmas características em todo o mundo, claustro, sala capitular (para votações), biblioteca e oratório - disse Dom João.

Os 38 monges que vivem no mosteiro serão transferidos para o segundo e o terceiro andar. O prédio será pintado novamente. O piso de madeira será raspado para a aplicação de cascolaque e as portas e janelas envernizadas. Alguns móveis também serão trocados e a iluminação clareada.

- Vamos pedir ajuda para a iniciativa privada. Se houver recursos, pretendemos reformar o órgão de tubos da basílica - afirmou Dom João.

A parte externa do mosteiro, na frente da basílica, também será reformada para a visita do papa. Segundo o prior do mosteiro, a pequena praça ganhará árvores e os telefones públicos, que estão em péssimas condições, serão trocados. A segurança na região também vai ser reforçada - o papa receberá visitas como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- O papa João Paulo II chegou a ser convidado para ficar aqui, mas a estadia acabou não se confirmando porque o centro naquela ocasião, em 1980, estava muito deteriorado. Hoje, a situação é diferente. O centro melhorou bastante, inclusive a segurança. Daqui, Bento 16 também se locomoverá com mais facilidade para os eventos na cidade - disse Dom João.

Segundo o prior do mosteiro, Bento 16 entende bem o português, apesar de responder em italiano. Isso deve contribuir para um bom relacionamento com os monges, que já pensam em preparar uma refeição especial para o chefe da igreja católica. A admiração ao papa pelos monges beneditinos é antiga.

- Só a escolha de Ratzinger pelo nome Bento 16 já nos alegra porque recoloca no centro da igreja a figura do nosso patriarca. Ao escolher o nome Bento, ele propõe algo diferente para o ocidente, propõe uma nova base para o ocidente e para a igreja. Temos uma grande admiração por ele, que é uma figura intelectual de ponta, uma estrela de primeira grandeza, uma pessoa notável - afirmou dom João.

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