Momentos depois de receber por aclamação o apoio da bancada do seu partido (PSDB) à sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados, o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR) disse estar muito motivado e acredita num eventual segundo turno.
O deputado paranaense, após confirmado o apoio dos tucanos, adotou um discurso de oposição e disse que seus adversários - Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) são o governo e ele a Câmara.
Na reta final antes da eleição, no dia 1º de fevereiro, Fruet vai se dedicar aos debates públicos e as conversas pessoais com lideranças. Confira a entrevista na íntegra.
O que significa ter o apoio unânime do PSDB em torno de sua candidatura?
Fruet: É uma honra ter o apoio unânime do PSDB. Hoje faz uma semana do lançamento da candidatura da 3º via. O que parecia impossível virou unidade dentro do partido. É preciso lembrar que a minha candidatura é da 3º via com apoio do PSDB. Neste tempo recebi apoio das principais lideranças do partido, como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de governadores de São Paulo, Rio Grande do Sul e de Minas Gerais - entre outros. Além disso, apoio de entidades como da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Quais os partidos já manifestaram apoio à sua candidatura?
Fruet: Minha candidatura tem o apoio do meu partido (PSDB) e do PPS. Mas é preciso lembrar que minha candidatura é um fato novo. Muitos partidos estão refletindo sobre o apoio a uma ou outra candidatura. Eu tenho agora poucos dias para conseguir mais votos. Estou concentrando forças na conversa pessoal com lideranças de outras legendas. Já conversei, por exemplo, com o Pedro Simon (PMDB-RS) e com o Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Nesta reta final vou me dedicar aos debates públicos e as conversas pessoais com lideranças. Amanhã (quarta-feira) por exemplo, tenho um encontro marcado com o Aécio (Áecio Neves governador de Minas Gerais). Neste fim de semana vou ao Rio de Janeiro e São Paulo.
Qual é a sua estimativa de votos?
Fruet: Olha, no início da minha candidatura falava em tentar o apoio da maioria do PSDB. Hoje espero conseguir de 130 a 140 votos para ir para o segundo turno. A minha candidatura se transformou em competitiva.
Prefere disputar com o Aldo Rebelo (PCdoB) ou com o Arlindo Chinaglia (PT-SP) o segundo turno?
Fruet: Tanto o Chinaglia quanto o Aldo representam o governo. Eles são o governo, eu sou a Câmara. Não é disputa de quem é mais leal ao governo, onde se consola os aliados derrotados e compensa os vencedores.
Nesta segunda-feira, os candidatos à presidência, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) divulgaram em forma de cartas seus compromissos com a Casa e com os parlamentares caso sejam eleitos. Você já tem a sua carta?
Fruet: Minha carta com os compromissos deve ser divulgada nesta quarta-feira. Ainda não tive tempo de ler novamente, mas está 99% pronta. É preciso dizer que os compromissos assumidos pelos meus adversários mudaram nesta última semana. Eles, por exemplo, não falam mais em aumento salarial aos deputados de 91%.
Eles, entretanto, mantêm a postura de debater com os deputados o reajuste.
Fruet: Mantêm. Mas não falam em 91%. Antes de lançar minha candidatura a postura era outra. Ou seja, o lançamento do meu nome como candidato mudou o cenário.
Qual é a sua posição sobre este (aumento de salário) e outros temas polêmicos como voto aberto e anistia ao deputado cassado José Dirceu (PT-SP).
Fruet: Em relação ao reajuste salarial aos deputados defendo apenas o índice de reposição da inflação do período e depois congelar o assunto. Depois disso pretendo discutir o assunto para regulamentar o aumento dos deputados para não dar sustos à população como aconteceu recentemente com a notícia de aumento de quase 100%.
Sobre o voto aberto sou totalmente favorável. Mas caso precise negociar, minha opinião é de manter o voto secreto para vetos do presidente e indicações para o Banco Central, Agências reguladoras e para embaixadas. Agora para cassação no plenário o voto tem que ser aberto.
Em relação à anistia do ex-deputado Zé Dirceu, eu sou contra. Mas vou respeitar se o projeto vier formalmente. Mas sou contra.
O que precisa mudar imediatamente na Câmara dos Deputados?
Fruet: A pauta. A pauta tem que ser de interesses da população. A Casa tem que ter uma agenda positiva. Com assuntos como o voto aberto, reforma tributária, reforma trabalhista, simplificação e efetivação na execução do orçamento, por exemplo.
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