O motorista da ex-secretária Lina Vieira na Receita Federal, Warley Soares, confirma que a levou diversas vezes ao Palácio do Planalto. Em reportagem de Bernardo Mello Franco publicada na edição desta quinta-feira do GLOBO, ele diz ainda que, em determinadas ocasiões, recebeu instruções específicas para conduzi-la a reuniões na Casa Civil da Presidência da República. Mas afirma não saber precisar datas ou episódios que confirmem ou não o suposto encontro em que a ministra Dilma Rousseff teria pedido a Lina para apressar investigações sobre empresas da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Chofer da cúpula da Receita há quatro anos, Warley, de 29 anos, deu entrevista ao GLOBO no início da noite desta quarta-feira e se disse assustado com a repercussão do caso. Em meia hora de conversa, a expressão que mais pronunciou foi "não sei". No entanto, apontou três possibilidades de registro do encontro: a agenda de uma das três secretárias de Lina, os registros da segurança do Planalto, e o circuito interno de câmeras que filma a entrada e a saída de veículos e visitantes no Palácio.
Segundo o motorista, o itinerário de Lina era comunicado por telefone por uma das três secretárias dela. Essa era a senha para tirar o carro da garagem e esperar a chefe na portaria destinada às autoridades no Ministério da Fazenda, onde funciona a Receita Federal.
Ao ser perguntado sobre datas, Warley foi evasivo. Disse não saber sequer se a ex-chefe esteve no local em dezembro passado, mês em que trabalhou até o dia 20. Segundo senadores da oposição, Lina teria afirmado reservadamente que o encontro aconteceu no dia 19.
"Não sei quantas vezes fui lá não. A data também eu não sei se foi a que ela citou", disse Warley.
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