Aliados de José Serra (PSDB) atribuíram as andanças do ex-governador de São Paulo pelo País e as articulações para aproximar o PPS do PSB à estratégia dos tucanos de aumentar o enfrentamento da oposição com o PT na pré-campanha eleitoral. Para eles, o caminho tem sido o correto até agora, pois em várias frentes tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva responderam aos ataques da oposição, a exemplo das críticas à gestão do governo, à condução da política econômica e às falhas no combate à inflação.

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Conforme o jornal O Estado de s. Paulo antecipou na quinta-feira 31 de outubro, Serra tem trabalhado para que seu aliado Roberto Freire, presidente do PPS, se aproxime de Campos, sem se importar com o fato de o PSB ter se antecipado a ele na busca pela adesão da ex-ministra Marina Silva. Como se sabe, Marina havia se comprometido a ter uma conversa com o PPS no dia seguinte à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que rejeitou a criação da Rede Sustentabilidade, o partido da ex-ministra. Marina, no entanto, preferiu procurar o PSB e se filiar ao partido de Campos.

De acordo com um amigo de Serra, tudo está sendo feito dentro do que foi combinado entre o ex-governador e o presidente nacional e pré-candidato tucano à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG). Pelo acerto, os dois passariam a intensificar os ataques ao governo e ao PT. Em março, de acordo com serristas, o ex-governador e Aécio Neves vão se encontrar e, sem disputas, será definido o candidato do partido ao Palácio do Planalto. Serra queria que fossem realizadas prévias no partido para a definição de quem vai disputar a eleição do ano que vem. O grupo aliado ao ex-governador admite que Aécio deve levar a melhor.

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'Fofoca'

Quanto à participação de Serra nos conselhos para que o deputado Roberto Freire, presidente nacional do PPS, se aproxime do PPS, aliados do ex-governador disseram que "há mais fofoca do que fatos" e que as conversações entre os integrantes da oposição - no caso, Serra e Freire - fazem parte da estratégia de fortalecer o bloco contra o governo. Um deles foi o senador Aloysio Nunes (SP). "Se o Serra está dizendo que é intriga, é intriga. Não faria o menor sentido que isso estivesse acontecendo", declarou.

Já o deputado Juthay Jr (BA), da ala serrista, disse que o ex-governador e Aécio Neves decidiram manter um canal direto de comunicação. "Eles sabem que intrigas vão surgir. Então, com o canal direto, evitam que elas possam trazer qualquer prejuízo à relação deles e ao partido", afirmou Juthay.

Nenhum partidário de Aécio Neves ou de José Serra quer desgastar a relação entre os dois, principalmente porque ela nunca foi muito boa. Na eleição de 2010, por exemplo, Dilma Rousseff teve 46,98% dos votos em Minas Gerais, contra 30,76% de Serra. A ala serrista levantou suspeitas de que teria havido um boicote de Aécio ao candidato tucano.

Para o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), aliado de Aécio, existe hoje uma tentativa de intrigar os dois. "Há fofoca e jogada política em tudo o que falam por aí". Segundo Pestana, Serra passou por um longo período de reflexão e fez sua escolha. "Na hora certa, ele saberá o caminho que terá no partido. Isso (quando se fala que Serra faz movimentações fora do acordo feito com o presidente do PSDB), com certeza, é parte do jogo para desestabilizar a convivência dele com Aécio", disse o deputado.

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