Marco Aurelio Sartorelli (à direita) e Paulo Roberto Silveira, do movimento Acorda Cidadão!, que buscam apoiadores na rede| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Quase 4 mil internautas participaram de um abaixo-assinado contra a implantação do plano de aposentadoria complementar dos deputados do Paraná. O documento deve ser entregue ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB).

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O assunto voltou a tona na semana passada quando um grupo de parlamentares entregou ao presidente da Casa um requerimento solicitando a publicação da lei que criou o plano de previdência do Legislativo. Esse plano, considerado inconstitucional por especialistas, foi criado em 2008 e depende apenas do aval de Rossoni para ser implantado.

A iniciativa de coletar assinaturas contra o plano de aposentadoria está sendo chamada de "Acorda Cidadão! Movimento de Cidadania e Politização", que tem entre os objetivos promover a consciência política dos cidadãos. O grupo realiza discussões através das mídias sociais sobre temas com foco no interesse coletivo, cidadania, educação e combate a todo o tipo de corrupção.

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Um dos coordenadores do movimento, o administrador de empresas Marco Aurélio Storelli, explica que a ideia do abaixo-assinado surgiu com a notícia de que seria necessário um aporte de dinheiro público para bancar aposentadoria privada dos parlamentares. "Político não é profissão. Não é possível conceber a ideia da destinação de recursos públicos para essas aposentadorias. São esses mesmos recursos que faltam para a educação, a saúde e a segurança", disse.

Storelli diz que para subscrever o documento, basta entrar no site avaaz.org (http://bit.ly/QrlUIV) e assinar a petição que será entregue ao presidente da Assembleia. A intenção de entregar o documento, diz Storelli, é sensibilizar o presidente da Casa para não implantar a superaposentadoria dos parlamentares – o que representaria um aporte inicial estimado em R$ 50 milhões para iniciar o fundo. Rossoni declarou que analisaria o requerimento antes do recesso parlamentar, que ocorre no dia 22 de dezembro, caso o documento fosse protocolado. Se o plano for implantado, o deputado receberia R$ 17 mil de aposentadoria – valor bem distante do teto de R$ 3,6 mil estipulado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Opinião do leitor

Comentários sobre a matéria da aposentadoria dos deputados. Foram 112 participações no site da Gazeta do Povo, das 6h30 às 18h30 da quinta-feira passada. Apenas uma pessoa se posicionou favoravelmente ao sistema de aposentadoria pleiteado pelos deputados.

Contra

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"Santo Agostinho não tinha razão quando afirmou que tudo prospera para nosso bem. Que o digam esses histriões da política paranaense, envoltos na vala comum da política vazia e descompromissada dos interesses do povo. Até quando abusarão de nossa paciência? Quosque tandem?"

Zair Lorival Luiz Schuster

"Sou inteiramente contra. Porque nós simples trabalhadores temos de contribuir mais de 30 anos, e mesmo assim quando nos aposentamos recebemos uma ninharia. Os deputados não são melhores que nó, e dinheiro público é para ser usado em benefício da população."

Merianil Gois

"Primeiramente, deputado não é profissão, não está ali para se aposentar. Principalmente com aquele salário. Segundo, a aposentaria de deputados, enquanto cidadão, e qualquer outro político não pode ser diferente da de qualquer trabalhador, com contribuição para INSS ou fundo privado. Terceiro, a população não pode arcar. Quarto, que venham a público dar satisfação aos seus eleitores desta proposta, para ver a reação destes. E não agir na calada da noite."

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Antonio Carlos Moreira

"Por essas e outras precisamos de uma reforma política urgente neste país! Nossos partidos servem apenas como palanque para eleição, não existe orientação ideológica. Quem se elege, na maioria dos casos, quer apenas ‘arrumar a vida’."

Marcos Vinicius Pegorini

"A nossa estrutura política é estremamente onerosa para a sociedade brasileira; gasta-se demasiado dinheiro público para se ter um desproporcional benefício aos cidadãos ("para as pessoas comuns"). Nós precisamos rever essa relação, ou nos tornamos mais participativos e, por conseguinte mais ponderativos, ou continuaremos a alimentar (com nosso labor) um sistema pouco producente a nossas expectativas."

Carlos Alberto Rodrigues

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A favor

"Contrariando talvez a maioria, considero justo que se proceda alguma forma de remunerar aqueles políticos, que deram o seu tempo de vida pelo bem comum. Na política, entrega-se a família, o tempo que poderia ser usado em atividades privadas, entrega-se a saúde, por aqueles, que muitas vezes julgam erroneamente os políticos...Coragem Rossoni."

Paulo Polati