Os três deputados federais do Paraná que aderiram ao movimento anticorrupção no Congresso prometem levar as propostas de transparência discutidas em Brasília para o estado. Os primeiros alvos são a Câmara de Curitiba e a Assembleia Legislativa. As duas casas além de outras 376 câmaras municipais paranaenses não divulgam os gastos dos parlamentares.
Gustavo Fruet (PSDB), Marcelo Almeida (PMDB) e Ratinho Júnior (PSC) farão uma reunião nos próximos dias para definir como pretendem atuar. "Não é uma questão de dizer quem são os bons ou ruins, quem é corrupto ou não, mas de levar o tema a todas as instâncias. E tudo começa com transparência", diz Almeida. Fruet afirma que não se trata de um grupo fechado e que o trio está à espera de adesões. "Precisamos transformar o combate à corrupção em uma pauta pública, aproveitar o diálogo que surge no plano nacional." Ao mesmo tempo em que pretendem se reunir com deputados estaduais e vereadores, eles planejam buscar ideias com entidades da sociedade civil.
"Se ficar só no papo, não vai dar certo. Vamos ver o que entidades como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) têm para dizer e nos ajudar", afirma Ratinho Júnior. Ele, Almeida e outros seis deputados do movimento anticorrupção em Brasília tiveram um encontro ontem com o presidente da Câmara Federal, Michel Temer (PMDB-SP). Temer se comprometeu a buscar um consenso para acabar com as votações secretas no Congresso.
E enquanto o novo movimento (inspirado nas denúncias do senador pernambucano Jarbas Vasconcelos contra o próprio partido, o PMDB), dava sinais de força, a Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, formada em 2004, mostrava dificuldades. O grupo, comandado pelo deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), cancelou uma reunião ontem por falta de quorum. No ano passado, a frente selecionou 68 propostas em tramitação que se encaixariam na pauta, mas nenhuma foi votada em plenário.
Maiores gastadores
Levantamento publicado pelo jornal Folha de S.Paulo na segunda-feira mostrou que a Assembleia do Paraná paga aos deputados paranaenses a terceira maior verba indenizatória entre os legislativos brasileiros R$ 27,5 mil, contra R$ 15 mil da Câmara dos Deputados. Além disso, ela está entre as 20 que mantém os gastos sob sigilo. Há um ano o presidente da Casa, Nelson Justus (DEM), garante irá levar um projeto sobre transparência à votação, mas o tema permanece como um tabu.
Além disso, tanto a Assembleia quanto a Câmara de Curitiba também não divulgam na internet informações sobre a produtividade dos parlamentares, como a presença em sessões e comissões. "Comparado com o Paraná, a Câmara dos Deputados está muito, mas muito mais avançada", diz Marcelo Almeida, que já foi vereador em Curitiba.
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