Santo Antônio da Platina – O protesto organizado pelos prefeitos do Paraná teve a adesão de cerca de 300 prefeituras, que permaneceram fechadas ontem. O descontentamento dos prefeitos é, principalmente, com a queda das últimas parcelas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que chegou aos cofres das prefeituras com um corte médio de 37%, o que praticamente inviabilizou algumas administrações.

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No Norte Pioneiro, 25 das 26 prefeituras não abriram as suas portas. Todos os serviços foram paralisados, inclusive o atendimento de saúde. Em algumas cidades até as aulas da rede municipal foram canceladas ontem. Somente os prontos-socorros atenderam a população e os serviços de coleta de lixo foram realizados normalmente.

Em Santo Antônio da Platina, por exemplo, quem procurou a prefeitura encontrou as portas do prédio fechadas e com uma faixa com a frase "Pelo descaso do governo federal estamos fechados". Na cidade, ninguém reclamou do protesto da prefeitura e muitos nem sabiam o que estava acontecendo.

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"Pensei que fosse feriado dos servidores", disse o vendedor ambulante José Dionísio Fogaça, confundindo a paralisação com o Dia do Servidor Público, comemorado na sexta-feira passada.

De alguma forma, a paralisação serviu para aumentar o período de recesso nas repartições municipais. Além do feriado de sexta-feira, a maioria das prefeituras só reabrem, depois de amanhã, um dia depois do feriado de Finados.

Quem mais sofre com a paralisação são as pessoas que precisam dos serviços de saúde. Quem tinha consultas agendadas com especialistas em Santo Antônio da Platina, terá que esperar até dezembro para ser atendido por um médico. É que além da paralisação de quatro dias, logo em seguida a prefeitura da cidade vai dar férias coletivas para os servidores – que estão com ao salários atrasados –, assim como grande parte das administrações do Norte Pioneiro.

A única prefeitura que teve expediente normal no dia de ontem foi a de Cambará. O prefeito José Salim Haggi Neto (PMDB) não aderiu ao protesto com medo de penalizar a população. "Sou solidário aos outros prefeitos, mas a cidade não pode parar", disse.

Para ele não se justifica causar transtornos e até prejuízos para a população mesmo que seja para protestar. "Como é que eu vou fechar a prefeitura e deixar as pessoas precisando de atendimento médico e as crianças sem escola?", indaga o prefeito. "As mudanças devem começar de baixo para cima e não o contrário", completa.

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Mesmo assim, o prefeito confirma que o seu município está sendo penalizado com o corte no FPM. Ele calcula que somente nos últimos quatro meses, o município tenha perdido mais de R$ 600 mil, dinheiro suficiente para comprar cinco ambulâncias.