Lideranças de movimentos sociais e parlamentares da base aliada cobraram a mudança da política econômica do governo federal, durante lançamento neste sábado, em Belo Horizonte (MG), da frente ‘Brasil Popular’ em defesa dos compromissos de campanha de Dilma com esses segmentos. Em todos os discursos, as lideranças mantiveram um tom duro contra o ajuste fiscal e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

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O líder do MST João Pedro Stédile lembrou que a presidente se transformou em alvo de um pedido de impeachment e enfrenta a maior crise política e econômica, porque permitiu que seu governo abrisse espaço para medidas econômicas “burras”.

— Jogou a sociedade contra ela. E as medidas não resolveram o problema do déficit — disse.

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Stédile rechaçou a ideia de impeachment, lembrando que os movimentos sociais defendem a mudança na política econômica e até uma possível substituição da equipe econômica, mas não o “golpe”.

— Isso (ajuste) não vai resolver o problema e ainda vem desgastando a base social que a elegeu. A classe trabalhadora não pode pagar pelos erros do governo. Agora, manter ou não os ministros é problema da Dilma. Queremos uma mudança na política. Ela que se vire para mudar.

O senador Lindberg Farias (PT/RJ) saiu em defesa da presidente, criticando integrantes dos movimentos de centro-direita do país, interessados, segundo ele, em impor ao governo um plano econômico que foi derrotado nas urnas. De acordo com o senador, os movimentos sociais precisam estar prontos para defender seus direitos que passaram a correr riscos em função das “ações golpistas”. “

— Os melhores amigos são aqueles que falam a verdade. Queremos a Dilma que lutou contra a ditadura, não esta Dilma que sucumbe a esse ajuste fiscal fracassado.

O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro Tarso Genro (PT/RS), além de defender mudanças na política econômica, também fez críticas a alguns integrantes do PMDB que, segundo ele, estariam “minando” a gestão da presidente.

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— Temos de buscar uma nova ordem política que não esteja refém do PMDB. Essas forças golpistas estão presentes dentro do governo. A presidente precisa ser alertada sobre isso permanentemente — ressaltou.

O senador pelo PMDB do Paraná, Roberto Requião, avaliou as críticas de Tarso Genro como “normais” dentro de um processo de discussão democrática. Para Requião, o importante nesse momento é que a presidente volte a cumprir suas agendas de campanha para não ver aumentar ainda mais a distância dela com os movimentos sociais.

— Estamos avisando a presidente. O mandato popular precisa ser mantido. A presidente precisa saber que tem apoio, mas que também precisa manter seus compromissos. Não queremos a Dilma comandada pelo Bradesco nem pelo Levy —alertou.

Os organizadores do movimento disseram que cerca de duas mil pessoas participaram do evento encabeçado pela CUT, CTB, MST, UNE e outras entidades. O lançamento da frente, intitulada “Brasil Popular”, ocorreu em espaço aberto, no fundo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ao final, na carta de compromissos, as lideranças, entre outros pontos, defenderam a taxação de grandes fortunas e heranças em vez de cortes nos direitos trabalhistas.

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