Movimentos sociais já protestam contra o presidente interino Michel Temer (PMDB) na manhã desta sexta-feira (10) em Curitiba. Uma parte dos protestos ocorre em frente à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, e outra no Batel, onde fica o escritório da Petrobras, em Curitiba. Manifestantes também ocuparam a agência do INSS da Praça Santos Andrade, que paralisou o atendimento. Segundo o Sindicato dos Bancários, 23 agências de bancos, incluindo três centros administrativos, que foram fechados temporariamente na região central de Curitiba em apoio ao movimento anti-Temer. As agências voltaram a funcionar após às 11 horas, segundo o sindicato.
“O nosso objetivo é, junto à CUT, fazer um manifesto de repúdio ao governo atual”, explica o presidente do Sindicato dos Bancários Elias Jordão. “Nós não vemos nenhuma legitimidade nesse governo. A nossa maior preocupação nesse momento são as ameaças as direitos dos trabalhadores”, completa.
Cerca de 250 pessoas ocuparam o saguão e a frente do escritório da Petrobras no Batel, segundo os manifestantes, que permaneceram no local até perto do meio-dia. De acordo com a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Paraná, Regina Cruz, o ato começou por volta das 7 horas. Os manifestantes deixaram o acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Rua Dr. Faivre, e foram caminhando até o Batel. “Lutamos contra o governo interino de Temer e também em defesa das empresas estatais e contra a reforma da previdência proposta por esse governo”, afirma Regina.
No trajeto, os manifestantes passaram pela sede do INSS, na Praça Santos Andrade, e por alguns bancos, como a agência do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que ficam perto da Praça Carlos Gomes.
Participaram dos protestos funcionários da refinaria e integrantes do MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, da CUT e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Repar
Segundo o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC), Mário Dal Zot, em Araucária, na sede da Repar, participaram da manifestação cerca de mil pessoas.
O protesto, que começou ainda na noite de quinta-feira, por volta das 23h30, quando os trabalhadores que assumiriam o turno da noite não entraram na refinaria, deve se estender ao longo desta sexta-feira (10) na Repar e nas duas outras unidades da Petrobras no Paraná, em Paranaguá e em São Mateus do Sul. O ato na Repar deve prosseguir, segundo a CUT, até o início da noite da sexta.
“Hoje é o dia de dar nosso recado. Não vamos aceitar a forma como o atual governo está tratando as estatais, a reforma da previdência e a reforma trabalhista. É inaceitável a empresa que descobriu o pré-sal não ter garantida a participação mínima de 30% na operação dos campos”, afirmou Dal Zot. Sabemos que uma paralisação de 24 horas é pouco para afetar a produção da refinaria, mas estamos construindo essa greve com outros movimentos”, acrescentou.
Segundo a Petrobras, a paralisação não afetou a produção da Repar.
Movimento em Curitiba
No centro de Curitiba, o trânsito no cruzamento das ruas Desembargador Motta e Comendador Araújo, onde fica o prédio do escritório da Petrobras, ficou complicado por causa da manifestação, mas não houve interrupção do tráfego.
Havia também manifestantes na sede do INSS na Praça Santos Andrade. Entre 150 e 200 pessoas ocuparam o prédio em protesto contra o atual governo e também desocuparam o local um pouco depois das 12 horas. Na sede da Caixa Econômica Federal, na Praça Carlos Gomes, também existia um grupo de pessoas protestando.
Agenda de protestos
A sexta-feira (10) será de manifestação contra Temer em todo o país. Organizado pelos movimentos Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, o Dia Nacional de Mobilização ocorre em cerca de 50 cidades de todos os estados do país.
Em Curitiba, o ato é organizado pelos movimentos CWB Contra Temer, Fórum de Lutas 29 de Abril e Levante Popular da Juventude PR. A partir das 10 horas, há concentração na Praça Santos Andrade, no Centro.
As cidades de Maringá e Foz do Iguaçu também têm protestos contra Temer marcados. Em Foz do Iguaçu, o protesto acontece a partir das 8 horas, após o desfile do aniversário do município - em frente à Ono Music Hall. Já em Maringá, o ato está previsto para começar às 16 horas na Praça Raposo Tavares.
Histórico
Não é a primeira vez que o governo Temer é alvo de manifestações desde que o presidente em exercício assumiu o lugar de Dilma Rousseff (PT), afastada depois da votação do impeachment no Senado. No primeiro fim de semana de governo interino, pelo menos cinco capitais registraram protestos contra Temer: São Paulo, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e Florianópolis.
Em Curitiba, centenas de pessoas compareceram à manifestação contra o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), que ocupou as escadarias do prédio central da UFPR e parte da Praça Santos Andrade e seguiu pelas ruas do Centro até o prédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Juvevê, ocupado por artistas.
No dia 22 de maio, manifestantes organizaram um protesto no bairro Pinheiros, em São Paulo, onde mora o presidente em exercício. Centenas de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST ) se reuniram no Largo da Batata, em Pinheiros, de onde partiram em marcha até a casa de Temer.
Panelaços
Tradicional forma de protesto durante o governo Dilma, os panelaços continuam em cena durante o governo interino. Durante a exibição da primeira entrevista de Temer, concedida ao Fantástico, pelo menos quatro capitais registraram panelaços no último dia 15.
As manifestações ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília, enquanto Temer dizia em sua entrevista que é necessário trazer o equilíbrio ético, político e econômico ao Brasil, além de pacificar o país.
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