O Ministério Público do Paraná (MP) decretou ontem sigilo na investigação contra Deonilson Roldo, chefe de gabinete do prefeito Beto Richa (PSDB), que teria recebido ilegalmente R$ 168.699,99 referentes a dois cargos públicos. A decisão do MP ocorreu após reportagem da Gazeta do Povo mostrar as semelhanças do caso com o de Ezequias Moreira, que em 2007 ocupava a chefia de gabinete e também teria acumulado benefícios.

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Roldo teria embolsado os salários da Assembleia do Paraná, onde é funcionário de carreira, e da prefeitura de Curitiba, onde ocupa cargo após ter sido cedido pelo Legislativo estadual. O argumento para a decretação do sigilo é o de preservar o investigado, evitar uma exploração política do caso, "bem como em relação aos documentos e demais informações relativos à folha de pagamento e conta corrente do servidor Deonilson Roldo", segundo despacho do MP.

No aguardo

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A Promotoria do Patrimônio Público, que investiga a suspeita, vai esperar até segunda-feira para Roldo se manifestar sobre a devolução do dinheiro recebido indevidamente – o que, corrigido pela inflação, pode chegar a cerca de R$ 300 mil (os cálculos ainda não foram feitos pelo MP). Caso concorde com a devolução, Roldo pode se livrar de uma ação por improbidade administrativa. A promotoria vai aguardar ainda a documentação da prefeitura e do próprio Roldo para encaminhar uma auditoria do MP para análise.

Em entrevista à Gazeta do Povo, Roldo argumentou que os valores repassados pela Assembleia se referem a vantagens obtidas por tempo de serviço. Até ontem, nada havia chegado ao MP.

"Nada ilegal"

Em nota divulgada ontem, a prefeitura de Curitiba afirmou que "não houve, em nenhum momento, por parte de Deonilson Roldo, chefe de gabinete do prefeito, recebimento ilegal de valores ou acúmulo de salários de duas fontes pagadoras". E que "o que está em discussão com o MP é uma eventual diferença no total de repasses da Prefeitura de Curitiba à Assembleia Legislativa, por conta da cessão do funcionário Deonilson Roldo".