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O Ministério Público Federal no Distrito Federal denunciou à Justiça o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PPB/PE) por envolvimento no escândalo que ficou conhecido como "mensalinho" da Câmara. Severino é acusado de cobrar propina, entre 2002 e 2003, ao empresário Sebastião Buani para renovar a concessão e autorizar o reajuste de preços do restaurante que ele mantinha nas dependências da Casa.

Severino foi denunciado três vezes pelo crime de concussão (extorsão praticada por funcionário público) por ter cobrado propina em pelo menos três ocasiões. Ao todo, Severino teria recebido R$ 117,5 mil. Se condenado, o ex-deputado pode pegar de seis a 24 anos de prisão. A Justiça Federal decidirá nas próximas semanas se abre processo criminal contra ele. Severino não foi localizado.

De acordo com a denúncia, entre janeiro e abril de 2002, Severino, que ocupava o cargo de primeiro-secretário da Câmara, exigiu 60 mil reais para que Buani explorasse o negócio por mais três anos. Cerca de R$ 40 mil teriam sido entregues em espécie ao deputado no dia 4 de abril daquele ano. No mesmo dia, Severino determinou a publicação de despacho autorizando a prorrogação do contrato com o restaurante Fiorella até 24 de janeiro de 2005.

Cerca de três meses depois, em 30 de julho, Severino recebeu mais R$ 6,8 mil em sua conta bancária. Segundo o MP, o dinheiro foi pago em cheque por Buani à então secretária do parlamentar, Gabriela Kênia, que em seguida o transferiu para a conta do então deputado.

Depois da renovação do contrato, Severino teria chantageado o empresário para permitir o reajuste dos preços praticados pelo restaurante. Dessa vez, o valor exigido foi de R$ 70 mil. A quantia foi paga em várias parcelas no período de março a agosto de 2003. O dinheiro foi entregue em envelopes pardos por funcionários do restaurante às secretárias de Severino.

O escândalo do "mensalinho" veio à tona em setembro de 2005 e resultou na renúncia de Severino.

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