• Carregando...
Suassuna é acusado de receber R$ 195 mil para incluir emendas no Orçamento da União | José Cruz/Ag. Senado
Suassuna é acusado de receber R$ 195 mil para incluir emendas no Orçamento da União| Foto: José Cruz/Ag. Senado

Depois de concluir mais uma etapa das investigações sobre a máfia das ambulâncias, o Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal o ex-senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e mais cinco ex-parlamentares por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-senador é acusado de receber pelo menos R$ 195 mil para incluir no Orçamento da União emendas destinadas à compra de ambulâncias da Planam, do empresário Luiz Antônio Vedoin. O empresário foi apontado como chefe de uma organização especializada em vender ambulâncias superfaturas para prefeituras municipais.

A denúncia dos ex-parlamentares é assinada pela procuradora Léa Batista de Oliveira. A procuradora formulou acusações individuais contra os ex-deputados Nilton Baiano, de Rondônia, Isaias Silvestre, de Minas Gerais, Robério Cássio Ribeiro Nunes, da Bahia, José Cleonâncio da Fonseca e José Heleno da Silva, ambos de Sergipe. A procuradora também acrescentou novos documentos à denúncia que já tinha apresentado contra o ex-deputado Laire Rosado, do Rio Grande do Norte. Depois das acusações, estes parlamentares tentaram, mas não conseguiram se reeleger.

Líder do governo e um dos políticos mais influentes do Congresso Nacional quando surgiram as primeiras denúncias sobre os parlamentares sanguessugas, Ney Suassuna não teve maiores dificuldades em se livrar do processo de cassação de seu mandato no Conselho de Ética do Senado. Mas, ao final das investigações, o ex-senador não teve força política suficiente para recuperar o mandato. Na denúncia apresentada à Justiça, a procurada Léa Batista sustenta que a família Vedoin pagou R$ 195 mil a Suassuna por intermédio do ex-assessor Marcelo Cardoso de Carvalho, conhecido como Marcelo do Ney.

A procuradora ampara a acusação na contabilidade da organização da família Vedoin, um minucioso relatório das atividades da máfia das ambulâncias. Léa Batista destaca trechos de conversas de Luiz Antônio Vedoin com uma ex-assessora do Ministério da Saúde. Num dos diálogos, o empresário cita Suassuna com o político que poderia ajudar na liberação de emendas de interesses da Planam. Entre os papéis apreendidos pela Polícia Federal consta documento em que Suassuna intercede em favor da empresa de Vedoin.

O escândalo dos sanguessugas se tornou público a partir da prisão de integrantes da familia Vedoin e de servidores públicos acusados de envolvimento no esquema. Pelas investigações da PF, a organização pagou cerca de R$ 10 milhões em propinas a parlamentares, prefeitos e servidores públicos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]