O diretor do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Brasília, Afonso Emílio Alvares Dourado, pediu demissão ontem, após o Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) pedir a apuração de supostas regalias concedidas ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Delúbio, condenado no processo do mensalão, cumpre pena na unidade há um mês.

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Segundo denúncias, Delúbio estaria usufruindo de cardápio diferenciado na penitenciária, que incluiria feijoada, e visitas fora do horário. Após trabalhar durante o dia na sede da CUT, por ter direito ao regime semiaberto de prisão, o ex-dirigente petista também estaria sendo deixado dentro do presídio por um carro da Central Única dos Trabalhadores.

Dias atrás, o vice-diretor da penitenciária, Emerson Bernardes, havia deixado o cargo supostamente por não concordar com essas regalias concedidas a Delúbio. Teria havido, porém, pressão do governo do Distrito Federal, comandado pelo PT, para sua demissão. Principalmente depois que o vice-diretor mandou Delúbio raspar a barba.

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O agora ex-diretor da unidade prisional também teria entrado em atrito com superiores – o que precipitou seu pedido de exoneração. A Secretaria de Segurança Pública informou desconhecer os motivos da demissão de Dourado. Disse que, no pedido, o diretor solicita o seu afastamento para voltar a exercer cargo na Polícia Civil, seu órgão de origem, sem dar detalhes dos motivos. Dourado não quis explicar os motivos de sua demissão.

Sem benesses

O advogado de Delúbio, Arnaldo Malheiros, negou que seu cliente tenha benesses na penitenciária. "Tem essa história da feijoada, que é uma fantasia", disse Malheiros. "De fato, os companheiros de cela dele compraram na cantina uma costela de porco em lata, misturaram com a xepa e chamaram de feijoada. Nem foram eles, o pessoal do mensalão. Foram os outros presos da mesma cela."