O Ministério Público do Distrito Federal ofereceu 17 denúncias na quarta-feira contra 35 pessoas acusadas no "mensalão do DEM". A defesa dos réus pediu ontem a anulação dos processos e levantou suspeitas sob os promotores do caso. A denúncia havia sido oferecida originalmente em 2012 pela Procuradoria-Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), como resultado da operação Caixa de Pandora. Mas o tribunal decidiu desmembrar o processo para os réus sem foro privilegiado.
Ao descer para a primeira instância, o processo passou para o MP do DF, que optou então por fracionar a denúncia em 17 para acelerar o julgamento. No total, 35 pessoas foram denunciadas, incluindo o ex-governador José Roberto Arruda e seu vice Paulo Otávio. Os promotores pedem ainda a devolução de R$ 739 milhões.
A operação Caixa de Pandora investigou um esquema de coleta e distribuição de propinas entre membros do governo Arruda e deputados distritais. Os advogados de nove réus, incluindo Arruda e Paulo Otávio, baseiam-se num depoimento de Durval Barbosa, ex-secretário de governo, para levantar suspeitas. Por ter colaborado com as investigações, Barbosa foi beneficiado com a delação premiada.
Segundo o advogado de Arruda, Edson Smaniotto, Barbosa teve credibilidade para delatar o esquema e, por isso, o mesmo tratamento deve ser dado em relação às afirmações contra promotores. "Queremos explicações porque o MP selecionou depoimentos contra o governador e não abriu investigações contra os promotores. São dois pesos e duas medidas", diz. Os advogados dos denunciados negam as irregularidades apontadas pelo MP.
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