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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá – braço do Ministério Público (MP) – ofereceu denúncia nesta terça-feira (8) contra quatro servidores do alto escalão da prefeitura de Campo Mourão, no Centro-Oeste do estado, por associação criminosa e corrupção passiva. A quadrilha já havia sido desarticulada em fevereiro, quando um diretor da Secretaria Municipal de Saúde foi preso em flagrante pelo Gaeco. O nome dos servidores não foi divulgado.

Segundo o MP, os funcionários recolhiam uma espécie de mesada de servidores comissionados. Parte dos valores arrecadados seria destinada a pagamentos de honorários advocatícios para defesa em demandas eleitorais em favor da prefeita da cidade, Regina Dubay (PR), e também para realização de eventos religiosos. A investigação vinha sendo realizada desde 2013.

O diretor da Secretaria de Saúde foi preso em fevereiro quando deixava o órgão com dinheiro recolhido de outros funcionários e se dirigia à prefeitura para entregar a arrecadação. Implantado desde a posse da prefeita, o esquema pode ter desviado até R$ 400 mil, segundo estimativas do Gaeco. Se tivesse continuidade, poderia gerar uma arrecadação de R$ 1,7 milhão para a quadrilha durante quatro anos de mandato.

Outros oito servidores comissionados também foram denunciados pelo Gaeco pelos crimes de falso testemunho. Segundo o MP, eles teriam negado a existência do esquema e apresentado falsa justificativa para as contribuições mensais. Quem assina a denúncia, encaminhada à 1ª Vara Criminal da Comarca de Campo Mourão, é o promotor de Justiça Laércio Januário de Almeida.

Outro lado

Procurada para prestar esclarecimentos, a assessoria de imprensa da prefeitura de Campo Mourão já havia encerrado o expediente. Na ocasião da prisão do diretor da Secretaria, a Procuradoria Jurídica da prefeitura divulgou nota informando que a administração "está pronta a colaborar com a investigação" e que, encontradas irregularidades, seriam "tomadas as medidas para reestabelecimento da ordem prevista".

Na época, o presidente da Câmara do município, Pedrinho Nespolo, anunciou a intenção de instaurar uma Comissão Processante na Casa para apurar as supostas ilegalidades. Porém, ainda em fevereiro, conforme noticiou o site do órgão, a maioria dos vereadores votou contra a instalação da CPI.

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