O Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) pediu à Justiça, na tarde desta terça-feira (10), que o ex-presidente da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), João Claudio Derosso, o ex-vereador Ehden Abib e que o servidor público João Leal de Matos devolvam R$ 3,6 milhões aos cofres públicos. No entendimento do órgão, esse foi o valor gasto indevidamente com o pagamento de salários a funcionários "fantasmas" nos legislativos municipal e estadual.
Além de devolver o dinheiro, a ação proposta pela Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público de Curitiba do MP-PR pede que a Justiça condene os três por improbidade administrativa e que decrete o bloqueio de bens dos investigados. Segundo os promotores que assinaram a ação, as investigações do órgão revelaram o acúmulo de cargos públicos se servidores da Assembleia Legislativa do Paraná e da Câmara.
O MP-PR relata que cinco funcionários, inclusive a esposa de João Leal de Matos, tinham seus nomes usados em cargos nos legislativos, mas não trabalhavam no Parlamento. Já Matos, além de ocupar cargo efetivo na Alep, foi nomeado para funções comissionadas na Câmara Municipal e no gabinete do ex-vereador Ehden Abib, irmão de Abib Miguel, o Bibinho.
Os três devem receber multa por improbidade administrativa e devolver o dinheiro desviado dos cofres públicos. Segundo o MP-PR, Derosso deve devolver R$ 545.680,35 e ter o bloqueio de bens no valor de R$ 1.637.041,05. Ehden Abib foi acionado a devolver R$ 2.182.525,29 e deve ter R$ 6.547.575,87 de bens bloqueados. O servidor João Leal de Matos poderá ter o valor de R$ 2.709.195,48 bloqueados e foi acionado a devolver aos cofres públicos R$ 903.065,16.
Caso Derosso
Derosso deixou a presidência do legislativo municipal em março deste ano depois de 15 anos no comando da Casa. O vereador resistia à pressão pela sua saída desde julho de 2011, quando a Gazeta do Povo mostrou denúncias de irregularidades nos contratos de publicidade da Casa. Relembre o caso:
Moraes impede viagem de Bolsonaro aos EUA para participar da posse de Trump
Mudança no monitoramento de conteúdo do Facebook põe em xeque parceria com o TSE
Após derrota do governo com o Pix, grupo vai acionar Nikolas Ferreira na Justiça; assista
Como o caso do monitoramento do Pix virou uma enorme derrota para o governo Lula