O promotor de Justiça Roberto Bodini, do Ministério Público (MP) de São Paulo, não descarta ouvir o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o ex-secretário de Finanças Mauro Ricardo Machado Costa, por suposto envolvimento com a quadrilha de fiscais que teria desviado pelo menos R$ 500 milhões dos cofres públicos para conceder habite-se a mais de 652 grandes empreendimentos imobiliários de São Paulo.
Uma escuta telefônica mostra que Kassab e seu ex-secretário foram citados em uma conversa entre o ex-subsecretário de Finanças Ronilson Bezerra Rodrigues, preso desde a semana passada, e Paula Sayuri Nagamati, chefe de gabinete de Mauro Ricardo à época. Rodrigues disse que o ex-prefeito e Ricardo "sabiam de tudo" sobre o envolvimento dele no esquema de sonegação do Imposto Sobre Serviço (ISS).
Bodini disse que não pediria à Justiça a prisão preventiva dos três fiscais que ainda continuam presos na carceragem do 77° Distrito Policial. A prisão temporária deles venceria à meia-noite deste sábado. Também estão na delegacia os servidores públicos Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral e Eduardo Horle Barcellos. O fiscal Luis Alexandre Cardoso Magalhães foi solto na segunda-feira, após um acordo de cooperação com o MP.
Kassab disse ontem que Rodrigues quis "tumultuar o processo" ao envolvê-lo no esquema. "Essa informação vem de pessoas que sabiam que estavam sendo monitoradas e fizeram isso para tumultuar o processo", disse.
O áudio divulgado na quinta-feira pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, foi de um telefonema de Rodrigues para Paula Nagamati, gravado no dia 18 de setembro. O ex-subsecretário mostra irritação ao ver seu nome publicado no Diário Oficial em uma intimação para depor na Controladoria-Geral do Município. Rodrigues diz a Paula que Kassab e o secretário municipal de Finanças, Mauro Ricardo, tinham ciência de tudo.
Kassab disse ter recebido a informação com muita "indignação" e defendeu seu ex-secretário. "Quero publicamente dar meu depoimento de admiração ao secretário Mauro Ricardo, que é uma pessoa correta, honesta, íntegra, eficiente. Ele também é vítima da ação dessa quadrilha", afirmou. O ex-prefeito citou que a investigação sobre o esquema iniciou-se no fim de sua gestão.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Copom aumenta taxa de juros para 12,25% ao ano e prevê mais duas altas no próximo ano
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast