O Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Matinhos, no Litoral do estado, entrou com uma Ação Civil Pública pedindo a exoneração de, ao menos, oito servidores comissionados da Câmara de Vereadores da cidade. O órgão alega que, atualmente, o Legislativo de Matinhos conta com 19 servidores efetivos e 27 comissionados. Esse desequilíbrio contraria o princípio da moralidade e proporcionalidade administrativa, o qual exige que a quantidade de cargos em comissão seja, no máximo, equivalente ao número de cargos efetivos.

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Segundo o MP, a Câmara já havia sido notificada sobre a irregularidade em 2012. Na época, a Casa realizou concurso para contratação de funcionários, mas, mesmo assim, as funções em comissão permaneceram em maior número.

Além do desequilíbrio, a Promotoria aponta também irregularidades em alguns cargos de comissionados. Segundo o órgão, o controlador da Câmara, em afronta ao recomendado, continua sendo cargo de livre nomeação, sendo que deveria ser ocupado por servidor efetivo.

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Por sua vez, as funções de chefe do setor contábil e recursos humanos e de diretor de compras e licitação são exercidas por comissionados, conforme previsto em lei municipal. No entanto, segundo o MP-PR, a descrição das funções denota que são cargos técnicos, ou seja, deveriam ser providos por meio de concurso de acordo com o que prevê a Constituição Federal. "Quando são cargos técnicos, qualquer pessoa pode ocupá-los. Não precisa de uma pessoa em cargo de confiança, que vai ter influência em decisões políticas. Então, tem que abrir concurso", argumenta a promotora Carolina Dias Aidar de Oliveira, responsável pela ação.

Segundo a promotora, a Justiça de Matinhos ainda não se manifestou em relação à ação.

Outro lado

Questionado sobre as irregularidades apontadas pelo Ministério Público do Paraná, o presidente da Câmara Municipal de Matingos, Marcio Fabiano Mesquita Duarte, informou que o Legislativo ainda não foi notificado sobre a ação, mas que os vereadores pretendem se adequar ao que pede a Promotoria.

Segundo o presidente, desde o começo do ano nove servidores comissionados já foram demitidos da Câmara.

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