O Ministério Público Federal pediu à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar as quatro empresas que doaram R$ 650 mil para o PMDB. O partido usou os recursos para financiar a pré-candidatura de Anthony Garotinho para a presidência.
A Virtual Line é uma das quatro empresas de informática que fizeram doações ao PMDB. A empresa declarou para o partido e para a Receita Federal que funciona em um escritório em Rio Bonito, a 70 quilômetros do Rio. Mas o endereço do principal sócio que aparece na lista telefônica fica em um prédio comercial, no centro do Rio. Na recepção, uma mulher diz que a Virtual é lá. Ela disse que o sócio não estava e informou que no local funciona uma cooperativa, mas não soube dar detalhes.
Uma reportagem publicada nesta terça-feira pelo Jornal Folha de São Paulo revela que José Onésio Rodrigues Ferreira, um assaltante que está num presídio do Rio, seria um dos fundadores da Virtual Line. Em Santos, o pré-candidato do PMDB a presidente, Anthony Garotinho, disse que a doação da Virtual Line foi feita à comissão do partido quando o preso já havia deixado de ser sócio.
- Esta empresa foi deste proprietário. Não é mais. O proprietário que doou o dinheiro comprou esta empresa. Portanto, o fato dela ter pertencido a um ex-presidiário não era também de conhecimento da comissão -argumentou Garotinho.
O site de Garotinho na internet mostra que os R$ 50 mil foram doados pela empresa, em fevereiro. Mas uma nota divulgada nesta terça-feira pelo o diretor-presidente da Virtual Line, Luiz Antônio Motta Roncoli, levanta uma contradição. A nota diz que o presidiário deixou a empresa em março deste ano, mês seguinte à doação.
No fim da tarde o Ministério Público Federal pediu abertura de inquérito à Polícia Federal. A investigação será concentrada nas quatro empresas que fizeram doações ao PMDB. Os procuradores querem saber se elas realmente funcionam, a origem dos recursos, ou se são apenas empresas de fachada.
- Eu acho que tudo que vier para esclarecer a verdade é muito bom. Quem não deve, não teme - disse o ex-governador do Rio.
Anthony garotinho informou, por meio de uma nota, que decidiu devolver os R$ 650 mil doados pelas quatro empresas. Garotinho reafirmou que não havia nenhuma irregularidade nas doações do ponto de vista legal e que tomou a decisão depois de saber da conduta ética e fiscal dos doadores.
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