O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP-RN) instaurou na terça-feira (15) um inquérito civil para investigar o contrato que a Bonacci Engenharia fechou com a Prefeitura de Campo Grande (RN) para a construção da praça da Criança.

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A empresa tem como sócio Aluizio Dutra de Almeida, que até esta semana trabalhava com o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-SP) - favorito para se eleger presidente da Câmara no mês que vem.

Em 2009, o deputado destinou R$ 200 mil de suas emendas parlamentares para a construção da praça. Por escrito, ele pediu a liberação do dinheiro ao Ministério do Turismo. O convênio foi assinado e, no ano seguinte, a prefeitura usou o recurso para contratar a Bonacci.

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Em portaria publicada nesta quinta-feira (17), a promotora Beatriz Azevedo de Oliveira pede que a prefeitura da cidade entregue em 10 dias os documentos do contrato. Ela também requisita à Junta Comercial do Rio Grande do Norte informações sobre a situação da Bonacci.

No último domingo (13), reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que pelo menos três prefeituras do Rio Grande do Norte, à época governadas pelo PMDB, contrataram a Bonacci para fazer obras com recursos de emendas orçamentárias propostas pelo peemedebista. Almeida pediu demissão do cargo após divulgação do caso.

O jornal também revelou que o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgão controlado politicamente pelo deputado, fechou convênios no valor de R$ 1,2 milhão com prefeituras potiguares que contrataram a Bonacci.

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou ainda que a empresa se beneficiou de licitações dirigidas para obras superfaturadas em três cidades do Rio Grande do Norte.

Na quarta-feira (16), reportagem do jornal mostrou que a sede da Bonacci em Natal fica uma casa simples, sem identificação de que ali funciona a empreiteira que assinou contratos de pelo menos R$ 6 milhões com 20 prefeituras do Rio Grande do Norte.

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Um bode branco, apelidado de "Galeguinho" pelos vizinhos, "guardava" na terça-feira a entrada do terreno baldio que cerca a casa de poucos cômodos.

Procurada pela reportagem, a empresa ainda não se pronunciou sobre o inquérito instaurado pelo Ministério Público.

Na quarta, Henrique Alves disse que as acusações sobre a empresa são "assunto resolvido". "É um questionamento que eu esclareci. Da minha parte o que me compete eu falei. Esse assunto está resolvido", afirmou.