O Ministério Público Estadual de Minas vai entrar com ação judicial contra os acusados no caso do mensalão mineiro para cobrar ressarcimento aos cofres públicos. Nos últimos dias, promotores de Defesa do Patrimônio Público se debruçaram sobre o relatório final do inquérito da Polícia Federal sobre o esquema, considerado o embrião do escândalo do mensalão no primeiro governo Lula.
A expectativa é concluir uma investigação iniciada em 2005 sobre supostos desvios de recursos de estatais mineiras para alimentar o caixa 2 da campanha de 1998 do então governador Eduardo Azeredo (PSDB), que não se reelegeu e hoje é senador. O esquema teria arrecadado mais de R$ 100 milhões entre desvios de estatais e empréstimos de fachada feitos pelo empresário Marcos Valério, também acusado de ser operador do mensalão petista.
"Está claro que houve dano ao erário, desvio de dinheiro público em benefício de um grupo", diz o promotor João Medeiros. "O relatório aponta claramente a saída de contas, o ingresso em outras contas, pagamento de prestadores de serviços na campanha. Para a gente, é o que basta para identificar uma utilização indevida de recursos públicos na campanha."
Medeiros considera que já é flagrante a responsabilidade de dirigentes das estatais que tiveram participação na liberação dos recursos por meio de cotas de patrocínio de eventos esportivos "exorbitantes". A identificação dos "responsáveis solidários", segundo ele, pode levar ao indiciamento dos candidatos majoritários naquela eleição, dos coordenadores da campanha e operadores do esquema.
No inquérito, a PF revela que pelo menos R$ 5,17 milhões, em valores da época, saíram de estatais via cotas de patrocínio: R$ 1,5 milhão da Copasa, R$ 1,5 milhão da Comig, atual Codemig, R$ 1,67 milhão da Cemig e R$ 500 mil de empresas do grupo Bemge, o antigo banco estadual. O dinheiro teria abastecido a campanha tucana por meio da agência SMPB, de Valério. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
Outro lado
O senador Eduardo Azeredo se diz inocente do suposto desvio de recursos. Segundo ele, o "valerioduto" mineiro se restringiu a arrecadação para o caixa 2 da campanha, processo do qual não tinha conhecimento. O então tesoureiro da campanha tucana, Cláudio Mourão, assumiu a responsabilidade pela arrecadação paralela.
Alta de preços deteriora popularidade de Lula no Nordeste e impõe desafio para o PT na região
Sob o comando de Alcolumbre, Senado repetirá velhas práticas e testará a relação com o governo
A diplomacia lulopetista se esforça para arruinar as relações Brasil-EUA
TRE-SP cassa mandato da deputada Carla Zambelli
Deixe sua opinião