O Ministério Público Federal (MPF) divulgou neste domingo (28) uma nota em resposta à entrevista da advogada da Odebrecht Dora Cavalcanti publicada no sábado no jornal O Globo. Na entrevista, a advogada critica o juiz federal Sérgio Moro, o grande número de acordos de delação premiada do caso e diz que estuda fazer uma denúncia internacional pela violação de direitos humanos de seus clientes.

CARREGANDO :)

De acordo com o MPF, Dora utilizou a imprensa para fazer “acusações vagas, desrespeitosas e infundadas à atuação do juiz federal Sérgio Moro”. “A afirmativa de que pretende recorrer a uma Corte Internacional para a garantia do direito de seus clientes sugere, fortemente, que os dez Delegados, os nove Procuradores, o Juiz Federal, a Corte de primeira instância, os Desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e os Ministros do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal estão mancomunados para violar direitos humanos dos seus clientes, o que é de uma total irresponsabilidade, senão desespero”, diz um trecho da nota.

O MPF cita, ainda, o grande número de provas obtidas contra a empresa Odebrecht, como planilhas com divisão das obras por empresa, nas quais constava a empresa Odebrecht como parte do “clube” de empreiteiras cartelizadas e dezenas de milhões de dólares pagos por empresas no exterior aos funcionários da Petrobras.

Publicidade

Sobre as delações premiadas, o MPF rebateu às críticas da advogada dizendo que o número de colaborações decorre de vários fatores, “sobretudo da robustez das provas em relação aos investigados, da experiência prévia dos procuradores com essa técnica de investigação e estratégia de defesa, desenvolvida no caso Banestado, mas principalmente do interesse público envolvido em seu emprego, dadas as peculiaridades do crime de corrupção e a sofisticação das técnicas de lavagem empregadas”.

Entenda o caso

O presidente da Odebrecht Marcelo Bahia Odebrecht, o executivo Alexandrino Alencar e os diretores Cesar Ramos Rocha e Rogério Santos de Araújo, foram presos na deflagração da 14ª fase da Operação Lava Jato, no dia 19 de junho. Eles estão na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, desde então.

Na quarta-feira (24), o juiz federal Sérgio Moro converteu a prisão temporária de Alexandrino Alencar em preventiva, a pedido da PF e do MPF. Na quinta-feira (25), o desembargador João Pedro Gebran Neto, que responde pelos processos da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, negou os pedidos de habeas corpus para Rocha e Araújo.

Neste sábado (27), o pedido de habeas corpus para Marcelo Odebrecht também foi negado por Gebran.

Publicidade