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Wagner Rossi: ex-ministro é suspeito de desviar R$ 3 milhões dos cofres públicos | Wilson Dias/ABr
Wagner Rossi: ex-ministro é suspeito de desviar R$ 3 milhões dos cofres públicos| Foto: Wilson Dias/ABr

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça a abertura de uma ação de improbidade contra o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi e contra outros 11 suspeitos de terem desviado R$ 3 milhões dos cofres públicos. De acordo com as investigações do MPF, Rossi teria se associado ao lobista Júlio Fróes para desviar recursos do programa de capacitação de servidores – Programa Anual de Educação Continuada (PAEC) – por meio de dispensa de licitação.

Além de Rossi, responderão ao processo seu ex-chefe de gabinete, Milton Elias Ortolan, o então subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do ministério, Julio Cesar de Araújo Nogueira, o lobista Júlio Fróes, três professores da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUCSP) e assessores do ministério. No total, 12 pessoas responderão à ação de improbidade aberta na 8.ª Vara Federal do Distrito Federal. O Ministério Público requer, liminarmente, a indisponibilidade dos bens dos acusados, para assegurar a devolução do dano causado aos cofres públicos. Pede ainda a condenação dos envolvidos a sanções civis e políticas.

O esquema

As investigações do Ministério Público encontraram indícios de que R$ 3 milhões dos cofres públicos foram desviados por meio de contrato firmado em setembro de 2010 com a Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da PUC. A Fundasp foi contratada sem licitação para capacitar servidores do Ministério da Agricultura.

De acordo com o MP, o ex-ministro Wagner Rossi, seu chefe de gabinete, Milton Ortolan, e Júlio Fróes arregimentaram uma instituição de ensino sem licitação, cobrando 28% do valor bruto do contrato a ser firmado com a Fundasp.

O processo para contratação da fundação foi iniciado em julho de 2010. Serviu, conforme o Ministério Público, para dar aparência de legalidade para a contratação. Na ação, o MPF afirmou ter havido uma "montagem processual" na tentativa de legitimar a contratação.

Conforme as investigações do Ministério Público, o lobista Júlio Fróes mantinha três contratos com a Fundasp e se passava por representante da fundação. Apesar de não ter vínculo com o Ministério da Agricultura, Fróes teria duas salas à sua disposição no prédio – uma delas dentro da comissão de licitação.

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