O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) entrou com ação pedindo que um servidor fantasma da Câmara dos Deputados devolva os valores que recebeu indevidamente. Segundo o MPF, Elias José Ferreira acumulou cargos indevidamente na Câmara e na Defensoria Pública de Minas Gerais entre julho de 1988 e março de 2010. A indisponibilidade dos bens também foi pedida, provisoriamente. Caso seja condenado, ele ainda pode ter de pagar multa.
O cruzamento de dados entre a folha de pagamentos dos dois órgãos apontou que pelo menos em 129 dias úteis diferentes o servidor registrou presença nos dois lugares. Segundo a apuração do MPF, Elias recebeu pagamento de horas extras em sessões noturnas na Câmara em 43 dias diferentes, que nunca foram efetivamente trabalhados.
A denúncia aponta ainda que Ferreira confirmou em depoimento que ocupava cargo de defensor público. Foram encontrados indícios de que ele fraudava o registro da folha de ponto da Câmara dos Deputados para comprovar presença.
Ferreira também usava o cargo na Câmara para fins de campanha eleitoral do então deputado federal Antônio Andrade, de acordo com o MPF, o que vai contra os normas do Legislativo.
O servidor entrou na Câmara dos Deputados em setembro de 1980 como auxiliar de gabinete e, por meio de Resolução de 1984, passou a ocupar o cargo de técnico legislativo. Em 1988, começou a atuar como defensor público em Coromandel. Mesmo com o novo cargo em outro órgão, Ferreira continuou a receber remuneração, auxílio alimentação e recesso remunerado na Câmara
Caso seja condenado pela Justiça, o requerido pode perder os direitos políticos, ficar impedido de contratar com o poder público e de receber benefícios e incentivos fiscais, além de pagar multa.
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