A força-tarefa da Operação Lava Jato vai mapear pagamentos de pelo menos 15 offshores abertas pelo Grupo Schahin para operar sondas de exploração de petróleo para a Petrobras. Os investigadores acreditam que a Schahin é a chave para entender o papel do pecuarista José Carlos Bumlai no esquema de corrupção na Petrobras. Bumlai é acusado pelo lobista Fernando Baiano de intermediar um encontro entre o ex-presidente Lula e um executivo da Sete Brasil, empresa responsável pela contratação de sondas para a estatal.
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Leia a matéria completaOs rastros das offshores usadas pela Schahin apareceram na delação premiada do ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa que disse ter recebido propina para melhorar o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000. Segundo o delator, por meio de quatro offshores, ele recebeu 16 pagamentos de US$ 48 mil, totalizando US$ 768 mil, numa conta no banco suíço Julius Baer.
Musa disse aos investigadores da Lava Jato, em agosto, que recebeu “ordens superiores” para contratar a Schahin como operadora da sonda. O ex-gerente teria ouvido do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró que o PT tinha uma dívida de campanha de R$ 60 milhões com o Banco Schahin e que a usaria o contrato da sonda para quitá-la. A mesma história teria sido dita a ele pelo ex-gerente executivo da área Internacional da estatal Luis Carlos Moreira da Silva.
Os investigadores suspeitam que quem intermediou o empréstimo entre PT e o banco foi Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. O advogado do pecuarista, Arnaldo Malheiros Filho, negou. Apesar da negação, as suspeitas da força tarefa da Lava Jato aumentaram depois que Musa, em delação, disse que quem apontou o nome de Bumlai como intermediário do PT foi Fernando Schahin, um dos sócios do grupo.
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Leia a matéria completaDívida
Entre as offshores que serão investigada estão a inglesa a inglesa Deep Black, que consta oficialmente ligada a operação da sonda, Black Gold e DLIfe Drilling, que repassaram propina a Musa entre 2010 e 2013. Os investigadores também vão investigar a holding Casablanca, que fez metade dos pagamentos a Musa.
O advogado do grupo Schahim, Guilherme San Juan, afirmou que a abertura de offshores era uma exigência da área internacional da Petrobras e que vai se manifestar apenas nos autos sobre os pagamentos a Musa.
A Vitória 10.000 foi idealizada para operar na África, onde uma prospecção anterior da sonda “Petrobras 10.000” já havia indicado que não havia petróleo. Em delação, Musa disse que a Vitória foi um “ponto fora da curva” porque a Petrobras participou como sócia da construção da sonda.
O Grupo Schahin tem 13 empresas nacionais e nove estão em recuperação judicial. A dívida estimada pela empresa era de R$ 6,4 bilhões em maio passado. Segundo Musa, seis sondas operadas pela Schahin atuam na Bacia de Campos.
A defesa do Grupo Schahin negou a negociação de um acordo de leniência com o Ministério Público Federal e com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Nesta quinta-feira, o jornal Valor Econômico informou que há um acordo de leniência em andamento. O criminalista Guilherme San Juan disse que a empresa irá se defender nos autos do processo.
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