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Segundo denúncia do do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), cerca de 80 policiais militares invadiram, na manhã desta sexta-feira, o acampamento na Fazenda Sete Rios, no município de Flores de Goiás, distrito de Santa Maria, em Goiás. Há informações de que o grupo mantém 600 famílias presas no local e comete agressões. Ainda segundo o MST, os trabalhadores rurais considerados pela polícia como líderes do movimento foram isolados, amarrados e espancados.

Outros sem-terra, segundo o MST, foram mandados para o curral da fazenda, onde estão divididos, de um lado, homens e do outro, mulheres e crianças. As informações foram passadas por lavradores que conseguiram fugir do cerco. Os policiais impõem às famílias um ambiente de forte pressão psicológica e medo.

- O quadro é muito tenso e estamos apreensivos. Não sabemos da situação dos nossos companheiros na fazenda - disse Lucinéa Medeiros, integrante do MST, que conversou de por telefone com lavradores que conseguiram escapar da ação da polícia.

Por volta de 9h, conforme o relato do movimento, cerca de 80 policiais invadiram de forma violenta o acampamento, em 13 viaturas, arrastaram o portão e atiraram para todos os lados. Os homens, mulheres e crianças foram surpreendidos e tentaram fugir da violência policial. O MST nega as acusações da PM de que houve saques na fazenda Ilha Bela, desocupada pelas famílias durante a madrugada de sexta-feira.

- A acusação de saques é uma forma de justificar a ação violenta e ilegal da polícia na Fazenda Sete Rios - disse Lucinéa.

Segundo ela, sem nenhuma ordem judicial a polícia invadiu a fazenda e atacou os trabalhadores sem-terra.

O MST pede a desapropriação da fazenda Ilha Bela, de aproximadamente 3.700 hectares, que está abandonada e improdutiva. Nesta quinta-feira, foi realizada audiência do MST com representantes do Incra, da Superintendência Regional do Distrito Federal e Entorno, da Gerência Regional de Patrimônio da União (GRPU), da Ouvidoria Agrária e o promotor da cidade goiana de Alvorada do Norte.

Além da desapropriação da fazenda para assentamento, as famílias exigem do governo federal o cumprimento dos acordos em relação à pauta de negociação, que vem sendo discutida há mais de três anos com o Incra. Até agora, o órgão não tomou nenhuma atitude concreta para o avanço da reforma Agrária na região. Há 2 mil famílias acampadas há mais de três anos na luta pela desapropriação de áreas para assentamento na região.

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