Apesar de aliado do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi a entidade que atua no campo que mais invadiu propriedades no primeiro mandato do petista. O MST foi o responsável por 70% das invasões de terra registradas de 2003 a 2006.
Na montagem do governo, em 2003, o MST indicou vários nomes para ocupar superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nos estados. No país, existem 70 entidades que ocupam terras. O MST é a principal organização.
Durante esses quatro anos, ocorreram 1.029 invasões, excluído apenas o mês de dezembro de 2006, ainda não computado. O levantamento feito pelo jornal "O Globo ", a partir de dados oficiais, da Ouvidoria Agrária Nacional, considerou 41 dos 48 meses, com dados disponíveis sobre os movimentos sociais envolvidos em conflitos e ocupações. De 890 invasões, o MST comandou 627, que representam 70,4%.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com suas federações estaduais, aparece como a entidade com segundo maior número de invasões. Em 12 estados, trabalhadores rurais ligados à entidade fizeram 91 ocupações. A Contag também apóia Lula e indicou nomes para ocupar cargos no governo.
O Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), comandada por Bruno Maranhão, responsável pela invasão e quebra-quebra na Câmara dos Deputados em junho de 2006, aparece como a quarta entidade que mais ocupou terras, com 36 invasões.
Sem-terra ligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT) fizeram 16 invasões. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) ocupou 11 propriedades. Os quilombolas, remanescentes dos antigos quilombos, foram responsáveis por apenas duas invasões.
Entre as 70 entidades que lutam pela reforma agrária, há nomes desconhecidos como o Movimento dos Carentes Sem Terra, a Animação Pastoral Rural, o Polo da Unidade Camponesa e Liga dos Camponeses Pobres.
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