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Presidente Prudente, SP (AE) – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) inicia esta semana uma nova jornada de luta pela reforma agrária, com invasões de fazendas em todo o país. Haverá ainda manifestações e atos de protesto contra a política econômica e pela reforma política, com a ocupação de agências bancárias e repartições públicas.

As ações não se restringirão a quarta-feira, feriado do Dia da Independência, quando o movimento participa do Grito dos Excluídos, organizado em conjunto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Central Única de Trabalhadores (CUT) e outras entidades.

Está previsto um número recorde de invasões, este ano, no "setembro vermelho". O mês foi escolhido para concentrar as ações, geralmente, realizadas em abril, quando os sem-terra lembram o massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, com a morte 19 sem-terra em confronto com policiais militares.

Em abril deste ano, o MST ocupou-se dos preparativos para a marcha nacional pela reforma agrária, de Goiânia a Brasília, realizada em maio, transferindo para este mês a "jornada de lutas".

Os dirigentes do movimento avaliaram que o momento é oportuno para desencadear as ações, que representarão o fim da trégua dada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as negociações que encerraram a marcha.

Disposto a recuperar-se da crise política que o deixou quase imobilizado, após as denúncias do "mensalão", a administração federal empenharia numa agenda de realizações e pode acelerar a reforma agrária. Os líderes avaliaram que as ocupações não prejudicam Lula e podem dividir a atenção da opinião pública, focada no cenário político de Brasília.

Ruralistas

O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antônio Nabhan Garcia, lamentou o anúncio de uma escalada de invasões, no momento em que os agricultores se preparam para iniciar o plantio da safra de verão, a maior do ano.

Garcia disse que muitos produtores podem deixar de plantar por causa de mais esse risco. Segundo ele, o MST busca "um mártir" para desviar as atenções dos escândalos de corrupção na gestão do PT.

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