Em 30 ônibus, 1.200 agricultores da Zona da Mata, Agreste e Sertão de Pernambuco, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), seguirão às 12h deste sábado para Brasília. Eles participarão do 5º Congresso do MST, que a partir de segunda-feira deverá reunir 18 mil delegados de assentamentos e acampamentos de 24 estados, no Ginásio de Esportes Nilson Nelson.
Missilene Silva, da direção nacional do MST em Pernambuco, informou que a prioridade é debater um novo modelo de programa para a reforma agrária no país, levando em consideração a necessidade de ampliar a produção de alimentos e a geração de renda.
- Temos clareza do que queremos construir. Esse é um momento de refletir que somos um movimento fundamental na luta pela reforma agrária. Esperamos trazer resultados concretos - disse.
De acordo com Alexandre Conceição, coordenador do MST no estado, a reforma agrária não avançou nos últimos anos e por isso existe um clima de tensão no campo.
- Está tudo parado no Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], não aconteceram mais vistorias nem desapropriações de terras improdutivas - disse.
O militante explicou que mais de 20 áreas ocupadas por trabalhadores do movimento estão com processo de reintegração já deferido pela Justiça e é aguardada ação policial para a retirada das famílias. E lembrou que atualmente, no estado, 16 mil famílias ligadas ao MST vivem precariamente em barracos de lona, em 164 áreas de acampamento, e outras 12 mil foram assentadas pelo Incra.
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