O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota, nesta quinta-feira, questionando os números apresentados pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto. Segundo a nota, "a política de Reforma Agrária nada tem de original e repete os mesmos passos do governo FH: inflaciona os verdadeiros números de assentamentos utilizando a prática de contabilizar a reposição de lotes em assentamentos antigos como novos assentamentos; em deixar famílias vivendo em assentamentos precários no norte do país em terras públicas, que beneficiam principalmente grileiros".

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Outro ponto criticado pelo MST é a questão do crédito fundiário. Segundo a nota, o crédito serve como uma "premiação aos latifundiários improdutivos que têm suas terras compradas à vista, enquanto milhares de agricultores iludidos endividam-se para pagá-la". Segundo o MST, atualmente, mais de 40 mil famílias encontram-se em situação de inadimplência em estados como Ceará, Pernambuco e Bahia.

"Lamentavelmente, o que o ministro comemora hoje é uma política que não desconcentra a propriedade da terra e não distribui renda, premiando o latifúndio e que assemelha-se mais aos projetos de colonização da Amazônia do Regime Militar, do que qualquer coisa que pudesse ser chamada de Reforma Agrária", diz a nota.

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O MST também pede que o governo explique porque quase 200 mil famílias ainda vivem nos acampamentos em beiras de estrada e em latifúndios improdutivos.

O movimento sugere ao ministro Miguel Rosseto que seja formada uma comissão de auditoria dos assentamentos, formada pela CNBB, OAB, jornalistas e servidores do Incra (CNASI) para visitar os assentamentos e atestar as condições em que estas famílias se encontram.

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