Brasília - Os líderes partidários da Câmara Federal discutem uma mudança no texto que pode tirar da gaveta a proposta de emenda à Constituição (PEC) que efetiva titulares de cartórios não concursados em todo o país. A ideia é estabelecer que seriam efetivados aqueles titulares que assumiram entre 1988 e 1994, quando foi editada a lei que regulamentou o dispositivo constitucional que obriga a realização de concurso para ocupar o cargo.
Segundo líder do PT na Câmara, Cândido Vacarezza (SP), mesmo com a modificação, a proposta ainda não é consenso. "Com essa mudança, nós apoiamos. Mas há pessoas no PT que divergem mesmo com essa modificação, mas vou entender quem não seguir a orientação. Não é trem da alegria porque você vai reconhecer um período que não foi feito o concurso e que não teve regulamentação."
Com a mudança, de acordo com consultores da Câmara, a PEC deve beneficiar 800 pessoas. Antes, a estimativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) era de que os cerca de 5 mil não concursados que estivesse à frente de cartórios seriam atingidos.
Reportagem da Folha de S.Paulo de ontem afirma que a atividade cartorária é delegada pelo poder público a particulares e há casos de titulares que arrecadam mais de R$ 1 milhão por mês. A administração das vagas e a fiscalização dos cartórios é feita pelos Tribunais de Justiça Estaduais.
Em junho passado, o CNJ emitiu uma resolução que declarou como vagos todos os cargos assumidos pelos não concursados e determinou que os Tribunais de Justiça realizassem um levantamento para apuração do número exato de titulares "biônicos".
A meta do CNJ é a de que, após essa fase, sejam realizados os primeiros concursos para preenchimento dessas vagas. Mas todo esse trabalho pode ser afetado caso a PEC seja aprovada.
Governo pressiona STF a mudar Marco Civil da Internet e big techs temem retrocessos na liberdade de expressão
Clã Bolsonaro conta com retaliações de Argentina e EUA para enfraquecer Moraes
Yamandú Orsi, de centro-esquerda, é o novo presidente do Uruguai
Por que Trump não pode se candidatar novamente à presidência – e Lula pode