O novo presidente da Câmara dos Deputados será escolhido em eleição nesta quarta-feira (13), a partir das 16h, para um mandato-tampão até 1º de fevereiro de 2017 . Com muitos candidatos, a disputa está dividindo partidos e blocos, como o Centrão, deixando o Planalto de olhos atentos para acompanhar a movimentação, que terá um desfecho imprevisível. Por enquanto, os candidato mais cotados são Beto Mansur (PRB-SP), Fernando Giacobo (PR-PR), Marcelo Castro (PMDB-PI), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rogério Rosso (PSD-DF).
A escolha do deputado Marcelo Castro (PI) como candidato da bancada do PMDB movimentou a disputa. Ex-ministro da Saúde do governo de Dilma Rousseff (PT), Castro votou contra o impeachment e é considerado um símbolo da ala dos dissidentes. Ele não conta com apoio do Palácio do Planalto, mas deve angariar votos do PT, PC do B e PDT. Por outro lado, sua candidatura pode gerar uma reação que beneficie o governo, unindo candidatos para enfrentá-los. O quadro não está definido, mas chegou ao Planalto, na noite de terça-feira (12), a informação de que pelo menos três candidatos começaram a “engrenar uma conversa” – Mansur, Giacobo e Rosso.
Já o Centrão – principal base de apoio a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) formada por PP, PR, PSD, PTB, PSC e partidos médios – ficou dividido e refazia as contas do número de votos que conseguiria ter nas principais candidaturas do bloco. Com apoio do Palácio do Planalto, Rosso era considerado favorito até a véspera da disputa. O clima de tensão dentro do grupo se estabeleceu, após o anúncio oficial de que Marcelo Castro está no páreo.Com lápis e papel na mão, alguns integrantes do Centrão apontavam, até o final da tarde de ontem, para uma possível derrota de Rosso.
De acordo com um dois líderes do Centrão, Rosso tinha naquele momento cerca de 140 votos contra 150 de Castro. Na véspera, o candidato do PSD liderava as projeções.Um dos motivos apontados para Rosso não estar à frente foi a falta de um “comandante” que pudesse segurar o número de candidaturas registradas por integrantes do grupo. “Acabou o Centrão. Temos hoje oito candidatos. Que sinal vamos dar para o plenário?”, desabafou um deles.
Também não está descartado o apoio ao peemedebista de integrantes da antiga oposição (PSDB, DEM e PPS), que
Com 120 deputados, o bloco formado pelos partidos da “antiga oposição” ao governo Dilma Rousseff – PSDB, PSB, PPS e DEM – deve fechar apoio à candidatura de Rodrigo Maia, mas também não descartam o apoio ao peemedebista. Isso porque eles veem numa derrota do Centrão uma possibilidade de se viabilizarem na disputa de 2017, quando estará em jogo um mandato de dois anos à frente da Câmara. O PSDB, por exemplo, tem costurado apoio agora para receber respaldo a um eventual candidato no próximo ano. Maior partido da frente, com 55 deputados, os tucanos decidiram não lançar um nome, mas o partido será o fiel da balança no processo, após o candidato Júlio Delgado (PSB-MG) sinalizar que desistirá de concorrer. Quem receber o apoio dos tucanos estaria assegurado no segundo turno.
Na avaliação de pessoas próximas ao presidente em exercício Michel Temer, o “cenário dos sonhos” para o Planalto é um segundo turno entre Maia e o candidato do “centrão”, Rogério Rosso (PSD-DF).
Série de vitórias
Caso seja derrotado nesta quarta-feira (13) o Centrão deverá colocar fim a um histórico de vitórias dentro da Casa. O grupo foi formulado por Eduardo Cunha na disputa pela presidência da Câmara, realizada em fevereiro de 2015. Na ocasião, Cunha venceu com quase o dobro de votos o candidato do governo Dilma, Arlindo Chinaglia (PT-SP). À época, o placar foi de 267 votos para Cunha, 136 para Chinaglia e 100 para Julio Delgado, o terceiro colocado. O potencial do grupo, capitaneado pelo deputado fluminense, foi posto à prova novamente durante a votação do processo de impeachment, ocorrido em abril deste ano. Com a ajuda dos principais líderes do Centrão, Eduardo Cunha conduziu a sessão que aprovou o afastamento da petista da Presidência.
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