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A funcionária pública Solange Ferreira dos Santos, de 44 anos, confessou, nesta quarta-feira, na 72ª DP (Mutuá), ter ateado fogo na pensionista do INSS Geci Peixoto Gomes, de 71 anos, em frente a uma agência do banco Itaú na Avenida Feliciano Sodré, no centro de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Ela alegou aos policiais que está passando por problemas pessoais e profissionais e que ficou descontrolada quando viu que não havia sido feito um depósito em sua conta no banco Itaú, nesta terça. Solange é suspeita de ter usado gasolina para atear fogo na idosa e deverá ser indiciada por tentativa de homicídio qualificado. A pena pode chegar a 20 anos de prisão.

A pensionista do INSS teve 60% do corpo queimado e está internada na UTI do Hospital de Clínicas de Niterói. O estado de saúde dela é considerado muito grave pelos médicos. Segundo o boletim médico divulgado na manhã desta quarta, Geci teve queimaduras principalmente no rosto e nas vias aéreas. Ela respira com auxílio de aparelhos. Os médicos explicaram que o fato da idosa ser hipertensa e diabética complicou ainda mais seu quadro de saúde.

Geci havia marcado de se encontrar com a filha no banco e esperava sentada na escada dos caixas eletrônicos do banco, na tarde desta terça. Segundo testemunhas, uma mulher entrou no banco para conferir, pela segunda vez, se a sua pensão havia sido depositada e perdeu o controle quando constatou que o depósito não havia sido efetuado. Ela teria saído enfurecida do banco, derramado gasolina e ateado fogo na senhora, que foi socorrida por um motorista de van que passava pelo local. A responsável pelo ataque fugiu. A garrafa usada no ataque foi entregue nesta terça a policiais da 72ª DP.

— A gente não consegue entender o que aconteceu. Não tem como saber o motivo de aquela mulher ter escolhido justamente ela — disse Marisa Cristina Amorim, de 41 anos, nora de Geci.

Geci e a filha, Eva Peixoto Gomes, de 46 anos, foram à agência na manhã da terça, mas a pensionista esquecera o cartão e teve de voltar em casa para pegá-lo.

— Ela e a filha marcaram de voltar mais tarde. Geci chegou mais cedo e ficou esperando. Foi quando tudo aconteceu — disse a nora da vítima.

Mesmo com o corpo em chamas, a aposentada conseguiu correr até o espaço onde ficam os caixas eletrônicos. Geci foi levada para um pronto-socorro em São Gonçalo e está com queimaduras 2º e 3º graus.

— Ficou todo mundo parado, em estado de choque. Pareciam anestesiados. Os seguranças não sabiam o que fazer. Foi uma cena horrível — contou um vendedor que estava na agência na hora.

O delegado Alan Luxardo, titular da 72ª DP, deverá ouvir nesta quarta depoimentos de funcionários do banco. À tarde, inspetores estiveram na agência do Itaú. Eles queriam saber se as imagens do ataque haviam sido registradas pelo circuito interno. As fitas serão requisitadas por meio de um ofício. O ataque contra Geci Gomes deixou correntistas do banco estarrecidos.

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