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“É a segunda vez que a senhora Cláudia não comparece para depor. Mas ela é esposa do presidente! Se a CPI tem dificuldades, tem que se dirigir à Mesa Executiva, mas, nesse caso, eu vou pedir para quem?” Paulo Salamuni, vereador (PV) | Marco André Lima/ Gazeta do Povo
“É a segunda vez que a senhora Cláudia não comparece para depor. Mas ela é esposa do presidente! Se a CPI tem dificuldades, tem que se dirigir à Mesa Executiva, mas, nesse caso, eu vou pedir para quem?” Paulo Salamuni, vereador (PV)| Foto: Marco André Lima/ Gazeta do Povo

A jornalista Cláudia Queiroz Guedes, mulher do presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), não compareceu ontem para depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades nos contratos de publicidade do Legislativo municipal. Cláudia é proprietária da empresa Oficina da Notícia, que administrou R$ 5,9 milhões de verba de publicidade da Casa entre 2006 e 2011. A jornalista alegou "motivos de ordem pessoal e profissional" e se colocou à disposição para depor no próximo dia 14.

Esta é a segunda vez que Cláudia falta a um depoimento à CPI. A reunião seria, inicialmente, no dia 26 de outubro. Entretanto, um dia antes da reunião, ela alegou motivos pessoais e pediu para que a sessão fosse transferida para ontem. Algumas horas antes do início do depoimento, o advogado da jornalista, Marcelo Ciscato, declarou que ela não poderia comparecer, alegando motivos pessoais e, também, dizendo que não teve tempo para instruí-la adequadamente. O advogado representa Cláudia desde julho.

Além de Cláudia, outros depoentes já deixaram de comparecer às sessões da CPI. No dia 28 de setembro, os integrantes da Comissão Especial de Licitação, responsável pela contratação das empresas de publicidade, não depuseram no horário previsto. Mais tarde, no mesmo dia, os membros da comissão se recusaram a depor na presença da imprensa. No dia 19 de outubro, foi a vez dos responsáveis pela agência Visão Pu­­blicidade não comparecerem ao seu depoimento.

O vereador Paulo Salamuni (PV) afirmou que é estranho que as testemunhas compareçam a seus depoimentos ao Tribunal de Contas do Estado (TC) e ao Ministério Público (MP), mas não prestam esclarecimentos à CPI. "É a segunda vez que a senhora Cláudia não comparece para depor. Mas ela é esposa do presidente. Se a CPI tem dificuldades, tem que se dirigir à Mesa Executiva, mas, nesse caso, eu vou pedir para quem?" Além disso, o vereador reafirmou que, caso os trabalhos continuem não sendo levados a sério, ele e Pedro Paulo (PT) podem deixar a comissão.

Já o presidente da CPI, Emerson Prado (PSDB), disse ter recebido a notícia com surpresa, mas acredita que ela vai comparecer para depor na nova data marcada. "Nós vemos um comprometimento de que no próximo dia 14 ela estará aqui para ser ouvida", afirmou o vereador, que alega, também, que esses incidentes não devem prejudicar os trabalhos da comissão.

A CPI investiga suspeitas de irregularidades envolvendo a contratação das empresas Oficina da Notícia e Visão Publicidade para prestar serviços de publicidade à Câmara entre 2006 e 2011. Entre as suspeitas, há indícios de favorecimento a Cláudia, que já tinha um relacionamento com Derosso quando os contratos foram prorrogados, e de que houve superfaturamento da tiragem do periódico Câmara em Ação, de responsabilidade da Visão, entre outras questões. O TC iniciou na segunda-feira uma tomada de contas extraordinária por conta de 12 indícios de irregularidades encontrados na publicidade da Câmara.

Afastamento

A bancada de oposição estuda abrir um novo processo pedindo o afastamento de Derosso nos próximos dias. Para os vereadores, há indícios suficientes de que sua presença na Câmara está atrapalhando os processos de investigação e, por isso, sua saída temporária do comando da Câmara é necessária para o decorrer do processo.

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