Antonio Palocci foi principal coordenador da campanha de Dilma Rousseff em 2010| Foto: Evaristo Sá/AFP

A empresária Mônica Moura, mulher do publicitário João Santana, afirmou que o ex-ministro Antonio Palocci articulou pagamentos por meio de caixa dois em campanhas eleitorais do PT, de acordo com reportagem do jornal “O Globo” deste domingo (24).

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Mônica, que está presa há dois meses, disse que Palocci e o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto indicaram a ela executivos de empresas que iriam contribuir diretamente em dinheiro, segundo o jornal. O pagamento de despesas de campanha dessa maneira, sem declaração à Justiça Eleitoral, configura caixa dois.

Segundo “O Globo”, a afirmação da empresária foi feita a procuradores da República de Brasília em uma negociação para fechar um acordo de delação premiada.

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O casal foi detido na 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, sob suspeita de receber no exterior pagamentos referentes a campanhas eleitorais no Brasil. Santana foi o responsável pelas candidaturas presidenciais do partido em 2006, 2010 e 2014.

A investigação apontou pagamentos fora do Brasil a eles feitos pela Odebrecht e pelo lobista Zwi Skornicki, que representava no Brasil o estaleiro asiático Keppel.

Ainda de acordo com o jornal, Mônica disse aos procuradores que pode esclarecer detalhes de uma das principais provas da fase Acarajé da Lava Jato: uma planilha apreendida com funcionários da Odebrecht que mostra milhões de reais em pagamentos da empresa.

Nessa planilha, segundo a força-tarefa da Lava Jato, Santana é apelidado de “Feira”.

Na eleição de 2010, na qual Dilma Rousseff se elegeu presidente, Palocci foi o principal coordenador da campanha petista.

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Ao jornal o ex-ministro, que foi chefe da Casa Civil por cinco meses no primeiro mandato de Dilma, negou “com veemência” as acusações e disse que não participou da arrecadação nas campanhas presidenciais.