A mulher do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto confirmou em seu depoimento à Polícia Federal que emprestou R$ 400 mil em 2008 de um sócio do ex-deputado federal José Janene (PP-PR) - morto em 2010 - para a compra da residência em que a família vive hoje. No endereço, Vaccari foi preso na manhã de quarta-feira, 15, e sua mulher, Giselda Rousie de Lima, ouvida coercitivamente pelos policiais.
“Recebeu o valor de R$ 400 mil em sua conta corrente a título de empréstimo de Cláudio Mente para o pagamento de parte da residência onde mora”, afirmou Giselda, ao ser ouvida por um dos delegados da Operação Lava Jato.
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Claudio Mente era um dos sócios da CSA Finance Project, que é alvo da Lava Jato por ser uma das empresas da lavanderia de dinheiro montada por Janene e o doleiro Alberto Youssef, por onde escoaram milhões em recursos de contratos públicos. “O empréstimo foi quitado no ano seguinte por meio de transferência bancária” registrada em seu nome, declarou a mulher de Vaccari, segundo a transcrição do depoimento feita pela PF.
Considerado um “laranja” de Claudio Mente e Youssef, o advogado Carlos Alberto da Costa foi quem operacionalizou o pagamento e um contrato de mutuo assinado entre a mulher de Vaccari e a CRA (Centro de Reprodução das Américas - Comércio de Produtos Agropecuários Ltda).
Em seu depoimento, Giselda afirmou que não conhece Costa nem a CRA. Confirmou apenas que o dinheiro que foi depositado em sua conta em 2008 veio da CRA, empresa que pertencia a Mente. Giselda disse que tem relações de amizade com o ex-sócio de Janene e com sua mulher.
Psicóloga por formação e aos 62 anos, a mulher de Vaccari é suspeita de ter sido usada pelo ex-tesoureiro do PT para movimentar dinheiro ilícito e ocultar patrimônio. A compra da casa em 2008, com dinheiro vindo de empresa de fachada ligada a Youssef, é uma das frentes de investigações que pesam contra Vaccari.
No depoimento, Giselda afirmou que possui rendimento mensal de aproximadamente R$ 300 mil de atividade autônoma e de aposentadoria do banco Santander. Ela confirmou ter três imóveis em seu nome e que efetuou doação de R$ 300 mil para a filha, Nayara - também investigada pela Lava Jato por ter supostamente sido usada para ocultação patrimonial. “A origem do valor eram rendimentos meus e de meu marido”, disse Giselda.
Quanto à compra da casa, em 2008, Giselda disse que o valor pago foi de aproximadamente R$ 700 mil. Relatório de perícia da Lava Jato mostra que o valor de declaração foi de R$ 500 mil, mas o valor efetivamente que saiu da conta de Giselda para o ex-proprietário foi de R$ 650 mil.
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