A mulher do publicitário Marcos Valério, Renilda Santiago de Souza, vai depor na CPI dos Correios na próxima terça-feira. Na terça-feira seguinte, dia 2 de agosto, serão ouvidos Simone Vasconcelos, funcionária de Valério que sacou mais de R$ 6 milhões das contas do empresário, e David Rodrigues Alves, policial civil em Minas Gerais que sacou R$ 4,9 milhões. Também foi aprovada a criação de sindicância para apurar o sumiço de documentos sigilosos da CPI.
Renilda tentou sacar na quarta-feira R$ 1,89 milhão de uma agência do BankBoston em Belo Horizonte. Como antecipou o colunista Jorge Bastos Moreno em seu blog, a intenção dela era tirar o dinheiro que está numa aplicação financeira.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda foi comunicado a respeito da intenção de saque e, em decisão conjunta com o Ministério da Justiça, pediu à Procuradoria-Geral da República que bloqueasse a transação e as contas de Renilda. O pedido foi encaminhado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, que determinou o bloqueio da conta corrente número 34524202. No despacho, Jobim escreveu: "Diante da relevância da questão, defiro o pedido nos termos em que requerido".
Em nota, Valério afirmou que sua mulher não esteve em nenhuma agência bancária para fazer saques. O empresário afirma que há alguns dias o BankBoston enviou uma carta aos sócios da SMP&B e suas esposas comunicando-lhes que não mais queria tê-los como clientes e pedindo a transferência de suas contas para outra instituição. Valério garante que Renilda não tomou qualquer providência nesse sentido.
Ao sair da reunião administrativa da CPI o senador Jefferson Peres (PDT-AM) disse que a proposta de acordo de Valério foi rechaçada por unanimidade pela oposição. Segundo o senador, o acordo não daria garantia nenhuma de que o empresário daria mais informações se a CPI não convocasse Renilda nem Simone para depor.
- O que a sociedade iria pensar? - perguntou o senador.
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