Caso mostra a falta de transparência na Assembléia
As denúncias levadas ao Ministério Público Estadual (MP) de que Verônica Durau, sogra do chefe de gabinete do prefeito Beto Richa (PSDB), Ezequias Moreira Rodrigues, era funcionária "fantasma" da Assembléia Legislativo mostram a deficiência já constatada anteriormente, da falta de transparência da Assembléia Legislativa.
A denúncia encaminhada ao Ministério Público Estadual (MP) pelo relações- públicas Marcos Ravazzani também afirma que a esposa de Ezequias Moreira Rodrigues, Sandra Regina Durau Rodrigues, teria utilizado por um período um veículo que seria alugado pela prefeitura e usado para fins particulares.
O automóvel em questão é um Renault Scenic 1.6, cor prata, ano 2001, que em fevereiro do ano passado foi adquirido por Sandra pelo valor de R$ 20 mil. De acordo com o denunciante, por metade do valor de marcado. A tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), um Scenic ano 2001 vale em torno de R$ 32 mil. Ravazzani afirma que desde 2002, antes de adquirir o veículo, Sandra já o utilizava, na época que era alugado da Cotrans pela prefeitura de Curitiba, com todas as despesas, como combustível, pagas pela prefeitura. Ainda mantinha o carro na sua residência.
De acordo com o dono da Cotrans, Osni Pacheco, esse automóvel nunca foi de sua empresa, mas sim da UrbaSul, companhia que também é locadora de veículos e funciona ao lado da Cotrans. "Temos uma parceria com a UrbaSul. Mas não é nada oficial. Alugamos carros juntos e emprestamos nosso estacionamento para eles. Mas não há qualquer sociedade", afirmou Pacheco.
Ele diz que sua filha está em processo de negociação para uma possível compra da UrbaSul. "Mas ela está estudando a empresa. Nesse momento, até agora, não há nada."
Osni Pacheco contou à reportagem que, segundo Priscila Niquele, dona da UrbaSul, o carro foi vendido para a esposa do chefe de gabinete de Richa, em 2006. Pacheco esteve ontem pela manhã na prefeitura.
Segundo ele, a Cotrans tem contrato com a prefeitura desde 1982 e venceu uma licitação da qual participaram 44 empresas de todo o Brasil.
"Esse carro nunca foi da Cotrans. Em 2002, ele foi locado pela UrbaSul para a campanha do Beto (Richa). Pelo menos, eu deduzi isso. Não sei se foi locado para a campanha, ou cedido ou havia uma parceria", disse.
Junta Comercial
O proprietário da Cotrans, além de responder detalhes do carro alugado por outra empresa, ainda enviou para a reportagem um fax com o certificado de registro do veículo no Detran, em nome da Urbasul, e a autorização para transferência de veículo para Sandra Regina Durau Rodrigues, em 3 de fevereiro de 2003.
O denunciante Marcos Ravazzani entregou ao Ministério Público fotocópias autenticadas de um documento da Junta Comercial que consta Osni Pacheco como sócio da Urbasul em 2000.
A reportagem tentou contato tanto com Ezequias Moreira Rodrigues quanto com Sandra Regina. Rodrigues respondeu, através da assessoria de imprensa da prefeitura, que a compra do carro consta na declaração de Imposto de Renda da família. Sandra Regina não foi encontrada pela reportagem.
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