A presidente afastada Dilma Rousseff e Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura, disseram a internautas que as mulheres “não querem ser tratadas como um fetiche decorativo”, em ataque à gestão interina de Michel Temer, cujo desenho ministerial não previa mulheres na chefia. Nesta quinta-feira (19), em ação no Facebook, eles disseram também que o governo “provisório” quer “voltar ao passado autoritário” ao extinguir o Ministério da Cultura e realocá-lo na pasta da Educação,
“Querido Luiz, acredito que as mulheres não querem ser tratadas como um fetiche decorativo”, escreveram em resposta ao internauta Luiz de Queiroz. Dilma e Juca completaram: “A razão das recusas está na qualidade da consciência de gênero que nós adquirimos durante todos esses anos de luta contra o preconceito”.
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Outro foco de críticas da nova gestão, a extinção e realocação do Ministério da Cultura foi duramente atacada: “Não é coincidência que a primeira medida do governo provisório seja a extinção do Ministério da Cultura. É como se eles quisessem voltar ao passado autoritário”, dispararam, e disseram ainda que a secretária nacional de Cultura “não tem a capacidade de atender às demandas e necessidades culturais da população”. Nesta quarta-feira, o secretário nacional de Cultura, Marcelo Calero, foi anunciado, e Temer disse que a Cultura no Brasil será “potencializada”.
Ao escrever a Aparecido Marden, que questionou o que o MinC na gestão de Dilma havia feito pela cultura em pequenas cidades, Dilma aconselhou que ele visitasse o site do ministério “enquanto é tempo”. “Visite o site do MinC, enquanto é tempo, e você constatará a quantidade de ações, projetos, programas e políticas voltadas para o desenvolvimento cultural fora dos grandes centros”.
Michel Temer tem sofrido duras críticas por extinguir o Ministério da Cultura e realocá-lo no Ministério da Educação. Protestos e ocupações foram feitos em grandes cidades do país, principalmente em centros culturais e sedes da Fundação Nacional de Artes (Funarte). O presidente do Senado, Renan Calheiros, chegou a sugerir ao presidente interino que ele recriasse a pasta da Cultura.
A presidente afastada disse também que é “pura demagogia” a tese do governo de economizar fundindo o MinC ao MEC. “O orçamento do Ministério da Cultura é irrisório em termos absolutos e, se a gente compara com o Orçamento Geral da União, menos de 1%”, disseram Dilma e Juca Ferreira ao internauta Manoel Fernandes Filho, e completaram: “Essa propalada economia com o corte do Ministério da Cultura é pura demagogia”.
Nesta quarta, Mendonça Filho, ministro da Educação, disse que um ministério exclusivo para a Cultura não garantiria recursos. “Não é o nome ‘ministério’ que pode produzir a diferença”, disse Mendonça.
Bolsa Família
A presidente afastada e Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social, também responderam ontem a questionamentos de internautas. Elas disseram que a gestão Temer pode tirar 36 milhões de beneficiários do Bolsa Família “numa canetada só”, e que “a cada 30 minutos, 22 crianças deixariam de frequentar a escola”. A falta de ministras, a extinção da Cultura e o corte em programas sociais têm sido o calcanhar de Aquiles de Temer até agora. Em dois dias no Facebook, a presidente afastada explorou todos.
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